A menos de uma semana da consulta pública para definir o destino da área do antigo Estaleiro Só, na Capital, os oponentes traçam suas estratégias de mobilização. Mais organizada, a ala que defende a resposta Não (contra os prédios residenciais) priorizará a informação sobre os locais de votação. Recentemente mobilizados, os defensores do Sim pregam uma avalancha na campanha pela internet.
No próximo domingo (23/08), os porto-alegrenses estão convidados a votar na consulta pública promovida pela prefeitura da Capital. Trata-se de um dos maiores debates já vistos na cidade, tema que convulsionou a Câmara de Vereadores quando votado no ano passado. A área do antigo estaleiro, conhecida como Ponta do Melo, já tem dono, e as leis municipais permitem que ele construa ali empreendimento comercial. Os cidadãos decidirão no domingo se também será permitida a edificação de prédios residenciais.
O empreendedor, diante do acirramento dos ânimos, não quis esperar a consulta e já divulgou que desistiu de implementar o projeto de apartamentos no local. Para muitos, essa desistência tirou a razão de existir da votação. Mas, para os engajados na discussão, não é bem assim. De hoje até domingo, será a vez de conquistar votos e convencer adeptos a votarem.
Vinculado à frente do Não, o Movimento de Defesa da Orla do Guaíba acredita que a prioridade agora não é conquistar votos, mas orientar sobre a votação. Segundo Anadir Alba, uma das coordenadoras do movimento, está evidente que a maioria da população é do Não. O desafio está em levar essa massa às urnas.
– Todo mundo é do não, basta conversar com as pessoas. Agora, temos de esclarecer sobre como votar, onde votar – diz Anadir.
Uma das ONGs que surge como defensora do Sim (a favor dos prédios residenciais) coloca as fichas na campanha virtual. A Move POA acredita ser possível formar uma rede com ferramentas como Orkut, Facebook e Twitter para ganhar votos.
– Nosso foco é explicar o que está sendo votado. Haverá construções de qualquer jeito, só comerciais ou mistas, com residências. Hoje, 99% das pessoas não sabem disso com clareza – afirma Gilberto Simon, integrante da Move POA.
(Por Leandro Rodrigues, Zero Hora, 17/08/2009)