O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou que o banco desenvolve um plano para aumentar a competitividade da indústria do petróleo brasileira e para evitar que empresas estrangeiras sejam majoritárias no fornecimento de bens e serviços à Petrobras para a exploração do pré-sal. As discussões estão sendo levadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, a quem Coutinho já apresentou um estudo mapeando a indústria. O levantamento chegou a uma necessidade de financiamento da ordem de US$ 80 bilhões em dez anos. O custo contempla a instalação e a modernização de fábricas.
"Verificamos que, nos países em que essa indústria de petróleo é mais competitiva, as taxas de financiamento são muito baixas, e o tratamento tributário, generoso. Em alguns casos, há subsídios. Se o Brasil não tiver uma indústria petrolífera forte, a Petrobras vai acabar importando bens e serviços."
Coutinho esteve em evento da Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil) na Costa do Sauipe. A Previ é sócia do BNDESPar em empresas como Vale e Perdigão. Nos últimos 12 meses, disse, os desembolsos do BNDES foram de R$ 122 bilhões -R$ 25 bilhões para a Petrobras.
No mesmo evento, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que o presidente Lula quis adiar a discussão sobre os royalties do pré-sal. Segundo o ministro, a prioridade é criar o marco regulatório, o fundo em que serão depositadas as receitas do pré-sal e a estatal que administrará reservas.
(Por Samantha Lima, Folha de S. Paulo, 14/08/2009)