Não são apenas os rios que passam por Canoas que sofrem com a poluição. Os arroios também estão comprometidos. O secretário municipal de Meio Ambiente, Celso Barônio, lembra que, enquanto o Rio Gravataí marca o limite entre Canoas e a Capital, e o Sinos, com Nova Santa Rita, os arroios da Brigadeira e Sapucaia estabelecem os limites com Cachoeirinha e Esteio, respectivamente.
– Nossa cidade é como uma ilha, cercada de água – compara.
O secretário afirma que, dos quatro arroios canoenses, o que está em piores condições é o da Brigadeira, que recebe dejetos de bairros de Canoas e de Gravataí e deságua, por fim, no Rio Gravataí.
– Nele, 60% do volume é de esgoto – revela.
O Sapucaia, que deságua no Sinos, está um pouco melhor, pois 70% do esgoto que chega ali é tratado. Já o Araçá, que passa por dentro da cidade (no bairro Marechal Rondon, por exemplo, fica sob o calçadão da Avenida Inconfidência), também recebe dejetos in natura.
- Água que bebemos vem do Arroio das Garças
A água que chega às casas dos canoenses e de moradores de Cachoeirinha, Gravataí e Viamão vem do Arroio das Garças. O presidente da Associação para Pesquisas e Técnicas Ambientais (Apta) acredita que a Corsan faz a captação para consumo muito perto do Rio Gravataí. Segundo ele, as águas do rio, eventualmente, entram no arroio, prejudicando a qualidade.
– Uma vez, paralisaram o bombeamento de tanta poluição.
O coordenador operacional da Corsan na cidade, Joaquim Schuck, disse que realmente foi necessária a paralisação da captação, há cerca de três meses.
– Depois de uma chuva forte, por algum motivo, o Guaíba represou as águas do Gravataí, e o vento as empurrou para a captação – explica.
Mesmo assim, não há planos de mudar de lugar. Schuck pondera que, em relação ao Gravataí, o Arroio das Garças é mais limpo. Há três estações de tratamento para a água captada: no bairro Niterói, perto da Base Aérea e no bairro Rio Branco.
(Zero Hora, 14/08/2009)