A taxa de mortalidade da influenza A (H1N1), gripe suína, no Brasil é menor do que a registrada na maioria dos outros países onde há grande número de casos da doença. De acordo com o Ministério da Saúde, o país registrou 0,09 mortes em cada grupo de 100 mil habitantes. Com 192 óbitos, o Brasil ocupa a 14 posição entre os países com os maiores números absolutos de morte. Argentina (0,83), Uruguai (0,65), Costa Rica (0,61), Chile (0,57) e Austrália (0,46) têm as maiores taxas. O país com o menor índice é o Reino Unido, com 40 mortes e uma taxa de mortalidade de 0,06 por 100 mil habitantes.
No início da epidemia, o índice utilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) era a taxa de letalidade, calculada a partir do número de mortes em relação ao total de casos. Com o aumento da circulação do vírus no mundo, em 16 de julho, a OMS reconheceu que não era mais possível contabilizar todos os casos da nova gripe.
Por isso, o novo índice adotado foi a taxa de mortalidade, que é o número de óbitos em relação à população. Os dados divulgados pelo Ministério da Saúde são do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças. Até esta quarta (12/08), em todo o mundo, foram registradas 1.882 mortes em 48 países.
Até janeiro, 18 milhões de doses de vacina contra o vírus Influenza H1N1 devem chegar ao Brasil. Do total, um milhão já estará pronta para imunizar a população, conforme os critérios adotados pelo Ministério da Saúde, e as 17 milhões restantes serão finalizadas pelos pesquisadores do Instituto Butantan, em São Paulo.
De acordo com o presidente da Fundação Instituto Butantan, Isaías Raw, a entidade tem capacidade para finalizar as vacinas francesas e ainda produzir as brasileiras. A estimativa é que 30 milhões de doses contra a influenza A (H1N1) sejam produzidas no Brasil até o ano que vem a partir da cepa do vírus que chegou anteontem da Inglaterra. Raw disse que as vacinas brasileiras devem ficar prontas até o primeiro semestre de 2010. "Mas ainda não sabemos se esta quantidade atenderá 30 milhões de pessoas ou 15 [milhões] pois não temos conhecimento de quantas doses serão necessárias, uma ou duas", afirmou.
O processo entre a fabricação da vacina e a imunização da população deve demorar, pois é necessário que seja feito um ensaio clínico que, por sua vez, depende da aprovação de uma comissão de ética e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "Produzimos a vacina contra a gripe aviária e foi um sucesso. O mesmo acontecerá com esta nova gripe", disse Raw, mesmo sem saber se a vacina será eficaz no próximo inverno, já que o vírus pode sofrer mutações. "Não sabemos se ele ficará mais forte ou mais fraco." Raw explicou também que em quesito de vacinas o Brasil possui autonomia. "Não dependemos de ninguém para produzir vacinas."
(Agência Brasil / Valor Econômico, 13/08/2009)