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usinas nucleares política ambiental china
2009-08-12

País pode multiplicar por quase 10 vezes sua capacidade de geração até 2020 alcançando a marca de 86GW de capacidade instalada, mas autoridades afirmam que o carvão continuará sendo a base energética por muitos anos

O governo chinês parece ter encontrado onde apostar suas fichas para se livrar da dependência do carvão e do triste título de maior emissor de dióxido de carbono do mundo. A saída chinesa será diversificar, com a ajuda de muito dinheiro, sua geração energética, com investimentos pesados em renováveis e nuclear. Recentemente o país anunciou um plano de US$ 140 bilhões para construir sete fazendas eólicas com o objetivo de gerar 120GW até 2020. Agora é a vez da energia nuclear, que deve ter sua capacidade multiplicada em até 10 vezes nos próximos 10 anos.

A atual capacidade de geração nuclear do país é de 9,1GW e, no começo deste ano, o governo já havia anunciado que em 2020 esse número deveria subir para pelo menos 40GW. Agora, as autoridades estão considerando elevar ainda mais os investimentos para alcançar a espantosa marca de 86GW nos próximos 10 anos. Para se ter idéia do porte dessa iniciativa é só ter em mente que hoje a capacidade de energia nuclear de todo o mundo é de 370GW. De acordo com o último relatório da Administração Nacional de Energia chinesa serão 24 novos reatores em operação até 2020, contra os atualmente 11 em funcionamento.

Algumas construções já estão em andamento na província de Zhejing, onde serão investidos, apenas na primeira fase do projeto, US$ 5,9 bilhões. Trata-se de duas unidades com a capacidade de 1,25GW, com data para ficarem prontas entre 2013 e 2014. A província de Guangdong será palco de projetos ainda mais grandiosos que buscam incrementar a produção de energia da região para 24GW em 2020. Já em 2010 deve entrar em operação a segunda usina de Guangdong, com capacidade de 2,16GW.

Carvão
A China ainda tem 70% de sua matriz no carvão e sofre severos problemas ambientais e de saúde pública devido à poluição resultante da queima desse combustível. Além disso, nos últimos anos, a pressão da comunidade internacional por uma China mais limpa tem ficado cada vez mais forte. O vice-presidente da Administração Nacional de Energia, Sun Qin, declarou, em um fórum de energias realizado no último fim de semana na cidade de Guangzhou, que o país deve anunciar no fim de 2009 um plano energético que detalhará investimentos em novas energias, como solar, eólica e, é claro, nuclear. Porém, Sun Qin deixou claro que o carvão ainda fará parte da economia chinesa por muitos anos e que novas tecnologias para esse tipo de geração serão importantes para os planos futuros do país.

O futuro nuclear
A Agência Internacional de Energia Atômica estimou em um relatório que no final de 2008 existiam 44 novos reatores em construção e um total de 438 em operação, gerando cerca de 14% da energia mundial. A Ásia é o continente que mais aposta no setor, 28 dos novos reatores estão localizados na região. Além da China, a Índia vem realizando grandes investimentos em nuclear para sustentar seu crescimento econômico nos próximos anos.

Nos EUA a situação não é diferente, um dos lobbies mais fortes juntos a nova lei climática é o da energia nuclear. O secretário de Energia, Steven Chu, inclusive reafirmou o comprometimento do país em dar continuidade aos planos no setor e a Comissão Regulatória Nuclear norte-americana revelou recentemente que está analisando o pedido de 17 empresas para a construção de 26 reatores. O Brasil também segue a tendência e deve colocar em funcionamento em 2014 a usina de Angra 3, com um potencial de 1,35MW e resultado de um investimento de R$ 7,3 bilhões.

(Por Fabiano Ávila, CarbonoBrasil, 11/08/2009)


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