De acordo com um novo cálculo preliminar realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a devastação da Amazônia contribui com cerca de 2,5% do total de gases emitidos que impulsionam o aquecimento global. Apesar de ser uma grande quantidade de carbono emitido, o índice vai de encontro aos cálculos da ONU que afirmam que todo o desmatamento mundial equivaleria a 20% das emissões.
A discrepância entre o novo índice e os valores divulgados pela ONU está no fato de que o Inpe baseou-se na média de desmate de 2008, que foi de 13 mil Km², enquanto as nações unidas usam um índice de 30 mil km². "Esse número é baseado em dados superestimados da Fundação das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que adota como média para o Brasil um desmatamento anual de 30 mil km², muito acima do real", afirma o diretor do Inpe Gilberto Câmara.
Segundo Câmara, a média brasileira dos últimos 20 anos é de aproximadamente 28 mil km², muito inferior aos dados da ONU. Uma estimativa realista para o total de emissões geradas pelo desmatamento global, ainda segundo o diretor, seria de 10%.
"É muito conveniente para os países desenvolvidos que as emissões por desmatamento nos países em desenvolvimento sejam altas", afirma Câmara. "Quanto maior a nossa contribuição (para o aquecimento global), menor a deles.". Os novos dados podem ter implicações significativas para as negociações de Copenhagen, em dezembro. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.
(Amazonia.org.br, 11/08/2009)