No mesmo dia em que a Polícia Federal realiza uma operação contra fraudes no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a Caixa Econômica Federal anunciou mudanças no acompanhamento das obras desse programa. De acordo com a Caixa, está sendo desenvolvido um sistema de informações territoriais por meio de satélite, que vai permitir acompanhar visualmente a evolução das obras. Hoje, o monitoramento é feito por funcionários do banco, que fazem visitas para verificar se as especificações das obras estão sendo cumpridas.
O sistema será utilizado, em um primeiro momento, para acompanhar as obras do PAC e também do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. "Com o monitoramento via imagens de satélite, esses técnicos ganharão uma ferramenta que confirma e complementa as informações obtidas durante as checagens", diz a Caixa em nota.
O sistema deve ser implantado até o fim de 2010 e estará disponível para os funcionários do banco e, posteriormente, para os municípios. A Caixa pretende ainda liberar as informações para o público em geral. "Na fase final, o projeto prevê que toda a sociedade possa acompanhar as informações (sobre investimentos e percentual executado, por exemplo) a respeito do PAC e do Programa Minha Casa, Minha Vida. Outra possibilidade é estender o monitoramento a todas as obras que sejam financiadas ou acompanhadas pelo banco."
Operação da PF
De acordo com o banco estatal, a divulgação sobre o novo sistema não tem nenhuma relação com a operação da PF realizada nesta segunda (10/08). A PF prendeu nesta segunda-feira 11 pessoas acusadas de fraude em processos licitatórios envolvendo recursos do PAC. Os nomes dos presos ainda não foram divulgados.
Segundo a PF, o valor contratado para as obras investigadas foi de R$ 219,5 milhões, e o total pago até agora é de R$ 7,6 milhões. A Justiça determinou o sequestro dos bens depositados na conta dos envolvidos. A operação, batizada de Pacenas, cumpriu todos os mandados de prisão e mais 22 de busca e apreensão em Cuiabá (MT). São cumpridos também cinco mandados de busca e apreensão em São Paulo, três em Goiânia e um no Distrito Federal.
(Por Eduardo Cucolo, Folha Online, 10/08/2009)