Nesta segunda (10/08), 400 famílias atingidas por barragens, organizadas no MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) montaram um acampamento em frente ao canteiro de obras da hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia. O objetivo é buscar soluções para os problemas sociais e ambientais causados pelas hidrelétricas do Complexo Madeira e de Samuel. A atividade faz parte da Jornada Nacional de Lutas dos Trabalhadores/as do Campo e da Cidade. As famílias devem permanecer acampadas até o dia 14.
“Não queremos repetir o que aconteceu com os atingidos pela barragem de Samuel. Milhares de pessoas ficaram sem casa, sem terra, e foram aumentar a pobreza das periferias de Porto Velho. Exigimos reassentamentos e indenizações justas”, declaram as lideranças do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens).
A partir de setembro do ano passado, com as obras da hidrelétrica de Santo Antônio, os ribeirinhos que viviam na margem esquerda do rio começaram a ser expulsos de suas casas de maneira desrespeitosa. O MAB vem denunciando as indenizações injustas e a forte pressão psicológica a que estão submetidos estes ribeirinhos.
O meio ambiente também vem sofrendo com as obras da UHE Santo Antônio administradas pelas empresas Furnas e Odebrecht, do consórcio Madeira Energia. Em dezembro do ano passado as empresas foram multadas pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) em R$ 7,7 milhões pela morte de 11 toneladas de peixe, em conseqüência das obras.
O preço da Luz é um roubo
Segundo o MAB, a energia gerada por essas barragens que expulsam os ribeirinhos de suas terras vai para as grandes empresas, de forma subsidiada (ou seja, mais barata), enquanto que as famílias e os próprios ribeirinhos pagam muito caro por ela. Por isso, no último dia do acampamento, os participantes farão um ato de entrega das autodeclarações que garantem a tarifa social de energia.
(MAB, 10/08/2009)