O Reino Unido precisa encontrar maneiras de cultivar mais alimentos utilizando menos água, energia e fertilizantes para ajudar a alimentar a crescente população mundial e compensar os efeitos das mudanças climáticas sobre a agricultura, anunciou o governo nesta segunda-feira (10/08).
Um ministro comentou que o nítido aumento no custo dos alimentos e do petróleo e a seca severa na Austrália demonstram a necessidade urgente de desenvolver um plano de segurança alimentar. “No ano passado o mundo teve um alerta com o aumento repentino nos preços do petróleo e dos alimentos”, declarou o secretário do meio ambiente Hilary Benn ao lançar o debate nacional sobre a segurança alimentar. “Precisamos de uma reflexão radical sobre como produzimos e consumimos nossos alimentos”.
Os alimentos e a agricultura alcançaram o topo da agenda do G8 no encontro realizado na Itália em julho. Líderes dos países mais ricos do mundo prometeram US$ 20 milhões em auxílio à agricultura para os países pobres. O aumento repentino no preço de alimentos básicos, como arroz, milho e trigo na primeira metade de 2008 desencadeou tumultos em algumas partes do mundo. De acordo com cientistas, o aquecimento global pode acarretar secas devastadoras e o fracasso dos cultivos.
Os agricultores terão que adotar novos métodos para o plantio de cultivos maiores com cada vez mais cuidado direcionado às commodities de valor como a água e os combustíveis para maquinário e fertilizantes, explicou Benn. “Globalmente, precisamos cortar emissões e nos adaptar ao clima que está mudando e que alterará o que podemos cultivar e onde podemos cultivar”, comentou.
A produção mundial de alimentos precisa crescer em 70% até 2050 para suprir a demanda da crescente população mundial que deve alcançar 9 bilhões, segundo estimativas da FAO (Food and Agriculture Organization). A produção e o consumo de alimentos equivale a cerca de 18% das emissões de gases do efeito estufa (GEEs) do Reino Unido, gerando 7% do PIB com vendas valoradas em US$ 286,7 bilhões em 2007. Os britânicos, que importam 37% dos alimentos, devem encontrar maneiras de reduzir a quantidade de comida que é desperdiçada e tornar o setor de alimentos e bebidas mais sustentável, disse Benn.
Análises do governo sobre como o setor deve se comportar em 2030 examinarão toda a cadeia de fornecimento, desde o cultivo até a distribuição, varejo e disposição final. As conclusões serão publicadas até o final do ano em www.defra.gov.uk/foodrin/security.
(Reuters / CarbonoBrasil, com tradução de Fernanda B. Muller, 10/08/2009)