Defesa Civil de São Sebastião do Caí se antecipou ao alagamento das casas e encaminhou mais de 150 pessoas para dois abrigos
Dezenas de famílias que moram às margens do rio Caí, em São Sebastião do Caí, precisaram ser retiradas de casa devido à enchente. No início da manhã, os moradores, principalmente do bairro Navegantes, zona de maior risco, foram obrigados a deixar as casas por orientação da Defesa Civil do município, antes mesmo de a água chegar nas residências. Foram retiradas 45 famílias. Poucas horas depois, no início da tarde, as casas e as ruas estavam completamente alagadas. Mais de 150 pessoas foram encaminhadas para dois abrigos improvisados na cidade, um no ginásio Centro Integrado e outro no ginásio do Parque Centenário.
Em alguns pontos das ruas alagadas, o nível da água passou de 3 metros de profundidade. A única maneira de chegar às casas era de barco. Como muitas moradias que ficam na beira do rio têm dois andares, algumas famílias se recusaram a deixar o lugar. Muitos, por receio de que houvesse invasões e saques. Para os moradores, as enchentes são normais e o maior risco é perder os utensílios domésticos.
Para as famílias que não tiveram as suas casas alagadas, o clima era de apreensão. Para o morador Roberto Flores, a esperança é de que a chuva pare em breve e o nível do rio fique estabilizado. 'Precisamos aguardar e esperar que o tempo colabore', contou ele, acrescentando que a água já havia tomado conta do primeiro andar da casa.
A correnteza trouxe ainda muito lixo e lama, que ficaram espalhados pelas ruas. Algumas vias se tornaram intransitáveis, sendo percorridas somente de barco e, mesmo assim, com cuidado redobrado, devido a galhos de grande porte. A operação de retirada das famílias também contou com o apoio dos vizinhos, para a remoção dos móveis.
No meio da tarde, o nível do rio ainda subia, marcando 11,6 metros – dez acima do normal. Segundo um dos coordenadores da Defesa Civil, Jonas Wust, o monitoramento do rio começou na sexta-feira e, já que o volume de chuva permanecia alto, foi montada uma ação preventiva. 'Estamos preparados para suportar uma cheia muito maior. A ideia é que as famílias saiam antes da água chegar às residências e, assim, seja possível salvar algumas coisas', ressaltou Wust. Enquanto isso, as equipes controlam também o nível do rio no município de Feliz.
(Por Mauren Xavier, Correio do Povo, 11/08/2009)