Bioplástico usa restos de cana e de indústrias do suco. Descoberta foi feita por cientistas de São Paulo
Cientistas do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT) inventaram um plástico duplamente ecológico. Além de ser feito a partir do lixo de usinas de açúcar e de fábricas de suco, o material é biodegradável, e em poucos meses se desfaz na natureza. A produção do bioplástico começa com a fome de bactérias que vivem no solo. Elas são colocadas em um tanque e superalimentadas. A comida em excesso é transformada em pequenos grãos que são acumulados como estoque de energia. Este material é justamente o bioplástico.
Quando estão bem gordinhas, as bactérias são dissolvidas. O que sobra é um pó, biodegradável, ideal para fazer utensílios e embalagens descartáveis. Ao contrário do plástico feito de petróleo, que fica no meio ambiente durante séculos, o bioplástico vira comida de bactéria de novo, em pouco tempo. "Ele desaparece em cerca de 6 meses. Sem poluir", explica Maria Filomena Rodrigues, pesquisadora de biotecnologia.
Plástico biodegradável já existe, feito de cana-de-açúcar ou de milho, por exemplo. Mas aqui, os cientistas deram um passo à frente. Em vez de usar matéria-prima nobre que pode virar alimento ou combustível, esse novo material dá um destino para resíduos que hoje vão para o lixo, como restos de fruta das fábricas de suco e bagaço de cana das usinas de álcool.
Os pesquisadores do IPT trabalham para encontrar uma fórmula para produzir esse tipo de plástico a partir de qualquer material orgânico. “Seria muito interessante porque você contribuiria pra reduzir o volume de resíduos no meio ambiente e, ao mesmo tempo, estaria obtendo um produto com alguma aplicação industrial", afirma Maria Filomena Rodrigues.
(G1, com informações do Jornal Nacional, 08/08/2009)