O Plano do Clima, que o governo brasileirovai apresentar em Copenhague, fixa metas voluntárias. Além disso, é uma iniciativa isolada dos demais projetos de governo. Para ambientalistas, o Brasil dá sinais trocados ao ter um belo plano ambiental que não dialoga com as áreas que deveria, como transportes e energia.
— Há várias incoerências. O Plano Decenal de Energia e o PAC não refletem princípios do Plano Clima — observa Carlos Rittl, coordenador do programa de Energia e Mudanças Climáticas da WWF.
O plano energético do Brasil prevê a construção de 82 novas usinas termelétricas. Segundo dados do Ibama, há 11 termelétricas em processo de licenciamento. Outros 115 empreendimentos de mineração e 213 obras de rodovia aguardam o aval do órgão ambiental. Para a construção de parques eólicos, apenas quatro projetos aguardam autorização do Ibama.
A secretária de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Suzana Kahn, admite a dificuldade, mas diz que muito já se avançou em termos de conscientização ambiental neste governo.
— Há dois anos um plano de clima era tabu no governo. Sonho fazer um PAC ambiental e acredito que a variável climática pode estar inserida no PAC que Lula anunciou.
(Por Catarina Alencastro, O Globo / IHUnisinos, 07/08/2009)