O degelo do Pólo Norte está perto de bater um novo recorde este ano. A temporada de derretimento, que segue até setembro, está bem acentuada, repetindo a tendência dos últimos anos. Graças ao aquecimento global. Segundo o NSIDC, centro de monitoramento de gelo e neve dos Estados Unidos, o volume de gelo no Ártico pode ser o menor de todos os tempos este ano.
A extensão de gelo durante o mês de julho passado foi a terceira menor da história. Atrás apenas do que se viu em 2007 e 2006. E a taxa de derretimento durante o mês de julho foi praticamente a mesma de julho de 2007, a mais acelerada da história. Apesar disso, o NSIDC não acredita que a superfície congelada este ano fique menor do que esteve no final do verão de 2007, para bater um novo recorde. Veja o gráfico abaixo.
O que os pesquisadores do NSIDC não afastam é a possibilidade que o volume de gelo no final desta temporada de derretimento seja a menor de todas. Por enquanto, o recorde de menor volume ocorreu no ano passado. Pelo ritmo atual, o derretimento deste ano pode ter a mesma proporção ou ser ainda maior.
Isso não é um problema apenas para os ursos polares e esquimós. O derretimento do Ártico reduz a superfície branca que reflete a luz do sol. Isso aumenta a absorção de calor do oceano, acelerando o aquecimento da região e da Terra como um todo. O derretimento gelo flutuante do Ártico não tem impacto direto no nível do mar. Porém, as águas mais aquecidas na região podem apressar a desestabilização dos blocos de gelo da Groenlândia, que estão ancorados na rocha. Se essas imensas geleiras se desprenderem e passarem a flutuar no mar, o nível dos oceanos pode subir até alguns metros.
(Alexandre Mansur, Época, 06/08/2009)