Testes ainda enviados para Fiocruz resultaram no registro de mais três mortes provocadas pela doença
 
Começam a ser realizados hoje à tarde (07/08) os exames da gripe A no Laboratório Central do Estado (Lacen). A capacidade inicial será de 50 testes por dia, mas o número poderá aumentar com a contratação de mais funcionários e compra de equipamentos. Com a disponibilidade do procedimento em Porto Alegre, a expectativa das autoridades da saúde é ter acesso a dados mais precisos sobre a ação da epidemia no RS.

'Vamos tentar diminuir essa fila de espera de aproximadamente 1,5 mil exames enviados à Fiocruz, no Rio de Janeiro', afirmou ontem o secretário estadual da Saúde, Osmar Terra. O governo já autorizou a compra de mais um equipamento necessário para a realização do exame e a contratação de funcionários para que o Lacen funcione em regime de plantão 24 horas.

O número de exames variará conforme a quantidade de insumos enviada pelo Ministério da Saúde. 'Dependemos dessa demanda', assegurou a diretora da Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde Pública (Fepps), Silvia Spalding. A matéria-prima para o exame é produzida somente em Atlanta, nos Estados Unidos. 'O exame não é para avaliar todo mundo que tem síndrome gripal. É para fazer amostras em regiões com surtos, nos pacientes internados e nos óbitos', explicou o secretário.

Ontem uma nova leva de exames enviados pela Fiocruz confirmou mais três mortes relacionadas à gripe A no Rio Grande do Sul. As vítimas eram duas mulheres – uma de Passo Fundo, com 51 anos, e outra de Caxias do Sul, com 70 – e um homem de 33 anos, torneiro mecânico, morador de Carazinho. O número de óbitos causados pelo vírus H1N1 chega a 32 no Estado e outras dezenas de mortes continuam sendo investigadas. Em Carazinho, por exemplo, os órgãos de saúde pública aguardam o resultado de exames de quatro óbitos suspeitos. O Hospital Comunitário registrava ontem 14 pessoas em isolamento por suposta contaminação.

A estimativa de Osmar Terra é que a doença atinja 40 mil pessoas até o final da semana. 'Quem tem gripe hoje no Rio Grande do Sul provavelmente foi contaminado pela gripe A', destacou. Ontem havia 592 pessoas internadas com sintomas da doença no Estado, aproximadamente cem em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs). 'Agora começa a crescer a prevalência da epidemia em crianças abaixo dos 5 anos. As epidemias se iniciam pelos adultos jovens, que são os que mais circulam, e depois vão para as pontas.' Segundo dados informados pelas Coordenadorias Regionais de Saúde, a incidência da gripe A é maior na Fronteira-Oeste e menor na região de Cachoeira do Sul.

(Correio do Povo, 07/08/2009)