O Reino Unido pode dobrar a sua capacidade de produção nuclear para reforçar a segurança energética e cortar emissões de carbono após 2030, segundo um relatório comissionado pelo governo e publicado nesta quarta-feira (05/08). Mesmo com grande parte das antigas usinas nucleares com capacidade total, o Reino Unido produz menos de um quarto da sua eletricidade com esta fonte.
O relatório do ex-ministro de energia Malcom Wicks disse que o uso de uma quantidade maior de energia atômica ajudaria a limitar a crescente dependência britânica sobre as usinas a gás e importações de combustíveis fósseis. “A energia nuclear é uma maneira comprovada, em grande escala e com baixas emissões de carbono para gerar eletricidade”, afirma o relatório. “Para melhorar a segurança energética e reduzir nossa dependência sobre os importados, uma média entre 35% e 40% da eletricidade proveniente de energia nuclear poderia ser uma aspiração sensata após 2030”. Todas, exceto uma das usinas nucleares britânicas, devem fechar antes de 2030 e apesar de muitas das usinas européias terem planos de construir substitutas, as primeiras não devem estar operacionais antes do final de 2017.
O relatório para o Primeiro Ministro Gordon Brown disse que o apoio às fontes renováveis de energia deveria ser complementado com investimentos em tecnologias limpas para a queima do carvão e incentivos para manter equilibrada a produção de combustíveis fósseis britânica. Wicks também falou que o governo deveria considerar estabelecer quanta energia deve ser gerada com as diferentes fontes para evitar que o Reino Unido se torne muito dependente das usinas a gás, relativamente baratas, que o mercado tende a comprar quando fica com o poder de decisão. “Isto significaria um distanciamento do ortodoxo ‘o mercado sabe mais’, mas pode ser justificado com base na segurança energética”, comentou o relatório.
O governo trabalhista festejou o relatório, feito por um dos seus parlamentares. “Já estamos tomando uma série de passos, responsáveis para colocar o Reino Unido em uma condição segura, com baixas emissões de carbono e com um preço energético acessível em longo prazo e estou muito grato pelo trabalho feito por Malcom Wicks”, declarou Brown. “A capacidade de maximizar as reservas de energia domésticas e implantar fontes caseiras de energia é vital em conjunto com a habilidade do Reino Unido de puxar cada alavanca internacionalmente em apoio à segurança energética”.
(Por Daniel Fineren, Reuters / CarbonoBrasil, com tradução de Fernanda B. Muller, 06/08/2009)