O diretor de abastecimento e refino da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse nesta terça (04/08) que acertou com a venezuelana PDVSA os detalhes para formação da parceria na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Os percentuais de participação do empreendimento foram mantidos. A Petrobras ficará com 60% e a PDVSA, com 40%. A unidade vai processar 230 mil barris/dia, sendo 50% de óleo pesado da Bacia de Campos e o restante de óleo vindo da Venezuela. O custo deverá ficar acima dos US$ 4 bilhões projetados inicialmente, principalmente pela alta no preço dos equipamentos.

Costa disse que o acordo societário com a PDVSA deverá ser formalizado no próximo mês, em encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez. "O que a ANP [Agência Nacional do Petróleo] determinar, eles vão cumprir", garantiu Costa, acrescentando que a PDVSA vai praticar, no Brasil, preços compatíveis com o mercado internacional.

No exterior, a estatal divulgou ontem seus planos para o Chile. A Petrobras pretende entrar no negócio de Gás Natural Liquefeito (GNL) no país, informou Vilson Reichemback, gerente-geral da unidade chilena da companhia. Ontem, a Petrobras inaugurou o primeiro de 230 postos de serviços e venda de combustível que opera no Chile, meses depois de adquirir os ativos da americana Exxon Mobil por cerca de US$ 400 milhões. Essa operação permitirá a estatal brasileira deter 16% do mercado chileno de distribuição, além dos 7% no setor industrial, informou a companhia.

Junto com a área de distribuição de combustíveis, Reichemback disse que a companhia pretende ingressar no negócio de GNL, que será produzido na região central do Chile na unidade de regaseificação de Quinteros e em Mejillones, no norte do país. "Com as unidades de Mejillones e Quinteros estamos negociando para saber se podemos ter uma parte (desse gás) para transformá-lo em gás para veículos", disse Reichemback a jornalistas, garantindo que as conversações estão avançando.

"Para nós é muito importante entrar no mercado chileno com regras claras, definidas, com segurança jurídica", acrescentou. O Chile está prestes a iniciar as operações de sua primeira unidade de GNL, localizada na costa central do país, e com a qual espera aliviar parte do déficit de energia chilena. Além da unidade da costa central, uma segunda instalação na baía de Mejillones está sendo construída, para garantir o abastecimento energético no norte chileno, onde há uma poderosa atividade de mineração do país.

O barril de petróleo continua batendo recordes do ano em Londres e caindo nos EUA. Em Nova York, o petróleo para setembro fechou com baixa de 16 centavos de dólar, a US$ 71,42. Em Londres, o petróleo para setembro subiu 73 centavos de dólar, para US$ 74,28.

(Valor Econômico, 05/08/2009)