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influenza gripe
2009-08-05

Decisões devem ser tomadas em conjunto pelo médico e pela autoridade sanitária de cada local

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou que a autorização para que os médicos receitem o Tamiflu de acordo com sua avaliação não significa que o protocolo do Ministério da Saúde (MS) para o uso do antiviral no combate à Gripe A (H1N1) tenha sido flexibilizado. Segundo ele, a mudança no protocolo vai atender a casos excepcionais, desde que o médico e a autoridade sanitária se responsabilizem pela situação.

Temporão disse que o protocolo existe justamente para se evitar o uso indiscriminado do medicamento. “O protocolo é uma orientação para evitar o uso irracional e temos que manejá-lo com muito cuidado. Não muda em absolutamente nada. Apenas atendendo às sociedades médicas estamos acrescentando ao protocolo que toda e qualquer prescrição fora do parâmetro que o MS estabelece tem que ser tomada em conjunto entre o médico e a autoridade sanitária da região. É exceção, não rotina. O medicamento tem indicações específicas”, ressalta.

O ministro voltou a afirmar que o uso “irracional e indiscriminado” do Tamiflu pode levar a efeitos colaterais e causar resistência do vírus.  “Não podemos correr o risco de fazer o uso irresponsável dessa que é a única arma que temos. Podemos ter dois problemas graves. O primeiro é que você pode dar medicamento a uma pessoa sem indicação e ela pode adoecer. Segundo, colocando o vírus em contato com o medicamento desnecessariamente, ele pode sofrer mutação e passar a apresentar resistência”, alertou.

Com mais 37 mortes anunciadas na terça (04/08) pelos estados do Paraná (21), de São Paulo (13) e Rio de Janeiro (3), o Brasil já registra pelo menos 133 óbitos.

Para o Conselho Municipal de Saúde, situação dos postos da Capital é caótica
A Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara de Vereadores de Porto Alegre se reuniu ontem para analisar a situação da epidemia de Gripe A na cidade. Conforme dados levantados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), existem cerca de 365 casos da doença sendo investigados na Capital. Destes, 61 já foram confirmados como sendo causados pelo vírus H1N1; 27 receberam diagnóstico de gripe ocasionada pelo vírus influenza sazonal (gripe comum) e 35 já foram descartados.

“Ainda estão sob avaliação cerca de 240 casos”, informou a responsável pela Vigilância Sanitária da Capital, Maria de Fátima de Bem. Segundo ela, a prefeitura tem capacitado a rede municipal de saúde para prevenir, diagnosticar e tratar os casos. “Já disponibilizamos aos profissionais cursos de capacitação para serviços médicos hospitalares e ambulatoriais”, registrou.

Segundo Maria Letícia Garcia, presidente do Conselho Municipal de Saúde (CMS), o estado dos postos de Porto Alegre é caótico. Conforme listou, só na zona Norte, são quase seis unidades básicas sem médicos plantonistas ou pediatras. “A população fica insegura com a falta de preparo e de respaldo da prefeitura para atender aos casos da doença”, criticou.

(Jornal do Comércio, 05/08/2009)


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