O México pretende apresentar uma oferta detalhada de corte de suas emissões de gás do efeito estufa durante as negociações na conferência mundial sobre mudanças climáticas, no fim do ano, em Copenhague, disse uma autoridade do país em meio ambiente. "Se o México pode apresentar nas negociações um plano de cortes até 2020, com uma descrição do que será reduzido, vai estabelecer um precedente positivo para outras grandes economias emergentes", disse Adrián Fernández, presidente do Instituto Nacional de Ecologia, em entrevista na segunda-feira.
O plano provavelmente vai propor cortes significativos nas crescentes emissões do México, que atualmente representam 1,5 por cento do total mundial, por meio de projetos como o de aperfeiçoamento da eficiência das usinas de energia ou redução de desmatamento. O México terá condições de implementar algumas das iniciativas por conta própria, mas também buscará recursos externos para financiar outras ações.
As conversações sobre o clima mundial caminham lentamente já que países em desenvolvimento, como a China, exigem que as nações ricas respondam pela maior parte das reduções de emissões que, segundo os especialistas, são necessárias para diminuir o aquecimento do planeta. As conversações terão seu ponto culminante no fim do ano, em uma grande conferência da ONU na capital da Dinamarca, Copenhague, onde os países devem assinar um novo tratado sobre mudanças climáticas para substituir o Protocolo de Kyoto.
O México compartilha da posição de que os países ricos, liderados pelos Estados Unidos, terão de conceder uma substancial ajuda financeira para ajudar os governos das nações mais pobres. O país espera conseguir recursos externos para algumas de suas iniciativas mais onerosas. O México também tem apoiado os EUA, que dizem não poder efetuar cortes substanciais até 2020, mas que estão preparados para o comprometimento com a redução de emissões até 2050.
O presidente mexicano, Felipe Calderón, incluiu as mudanças climáticas na agenda do país. Em junho ele anunciou que o México iria cortar voluntariamente 50 milhões de toneladas de emissões anuais verificáveis até o fim de seu mandato, em 2012, por meio da melhora da eficiência nas estatais de eletricidade e petróleo e do uso das terras agrícolas. O México terá de fazer grandes mudanças na legislação para cumprir as metas de emissões do plano que será apresentado em Copenhague, especialmente nos setores de petróleo e eletricidade, que são quase completamente vedados ao investimento privado.
(Por Robert Campbell, Reuters Brasil, 04/08/2009)