A luta pela terra fez mais uma vítima nesta semana. Odilon Bernardo da Silva Filho foi morto com tiros de espingarda na noite da última quarta-feira (29/07), em Aroeiras, município do interior da Paraíba. O trabalhador rural fazia parte do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e lutava junto com mais 470 famílias pelo reassentamento. As famílias perderam as terras há seis anos, quando foi construída a barragem de Acauã.
O irmão de Odilon, Osvaldo da Silva, diz que o Estado brasileiro está sendo omisso com as injustiças ocorridas no campo. “Faz sete anos que o Estado não devolveu o que a gente tinha antes, e agora a Paraíba vive isso: ameaças de morte. Disseram que se o acampamento continuar vão dizimar as lideranças do MAB na Paraíba.”
Antigamente, a região de Aroeiras era habitada por mais de 800 famílias que viviam da agricultura. A instalação da barragem deslocou as famílias rurais para as cidades. Osvaldo conta que a indenização oferecida foi incapaz de manter as famílias no campo. “A indenização que foi feita foi vergonhosa. Teve quem recebesse R$ 500, outras receberam R$ 1 mil. Para mim, deveria ter sido feito o reassentamento do povo, mas fizeram uma favela rural.”
O clima de tensão continua na Paraíba. As lideranças do MAB sofrem constantes ameaças de morte. Ainda não se tem informações sobre quem teria cometido o crime.
(Por Ana Maria Amorim, Radioagência NP / Brasil de Fato, 31/07/2009)