Depois da audiência de quinta (30/07) que negou ao trabalhador Bernardo Cruz Souza o direito de morar na casa alugada pelas empresas Vale e Novelis, em Rio Doce, hoje ele foi desalojado e teve seus pertences jogados na rua por 15 policiais e dois oficiais de justiça.
Assim como centenas de famílias, em 2004 ele foi expulso da Comunidade de São Sebastião do Soberbo, atingida pela Barragem de Candonga. Na época Bernardo não foi reconhecido como garimpeiro pelas empresas construtoras da barragem, portanto, na visão da empresa, não era atingido e não teria direito a indenização.
Bernardo faz parte dos 70% dos atingidos por barragens do Brasil que não são reconhecidos pelas empresas e não recebem nenhum tipo de indenização. Mesmo assim, desde então Bernardo esteve lutando na justiça para conquistar seu direito de garimpeiro.
“Vimos a polícia ir tirando tudo o que tinha em casa e colocando na rua. Não é justo que façam isso com os atingidos por barragens. A gente não pediu para virem construir Candonga”, afirmaram as lideranças do MAB no estado de Minas. Bernardo é o exemplo do que acontece com a construção de barragens pelo Brasil a fora. O Movimento repudia veemente essa ação e exige que o direito das populações atingidas seja reconhecido.
(MAB, 31/07/2009)