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impactos mudança climática protocolo de kyoto
2009-08-01

Uma média de 60% dos 19 mil entrevistados em 19 países representativos de todo o mundo consideram que a mudança climática é uma alta prioridade, e apenas 18% acreditam que seus governos levam a questão a sério. A pesquisa feita entre abril e começo deste mês pelo WorldPublicOpinion.org, projeto do Programa de Atitudes Políticas Internacionais (Pipa) da Universidade de Maryland (EUA), constatou que maiorias de entrevistados em 16 países analisados querem que seus governos dêem mais atenção ao assunto.

Entre os países onde os pesquisados desejam que as autoridades priorizem a mudança climática estão China, Estados Unidos e Rússia, alguns dos principais emissores de gases causadores do efeito estufa, que, segundo a maioria dos cientistas, são a causa do fenômeno. Os resultados do estudo são conhecidos cinco meses antes da conferência das partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança Climática, em Copenhague, convocada para desenhar um acordo sobre redução de emissões de gás estufa para suceder o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.

Doze por cento dos entrevistados consideram que os governos deveriam minimizar a prioridade que dão à mudança climática, enquanto 18% consideram que o assunto recebe  atenção apropriada. “Muitos líderes de governos expressam preocupação porque dizem acreditar que os habitantes de seus países não estão realmente preparados para absorver o custo de lutar contra a mudança climática, mas a maioria do público mundial parece impaciente porque esses mesmos governos não fazem o suficiente para atacar o fenômeno”, disse o diretor do Pipa, Steven Kull.

Uma pesquisa feita com mais de 26 mil entrevistados divulgada esta semana pelo Projeto sobre Atitudes Mundiais Pew constatou que grandes maiorias em cada um dos 25 países analisados consideram o aquecimento global um problema “sério” e “muito sério”. O estudo também confirma que a preocupação com as mudanças nos padrões climáticos mundiais cresceu bastante em muitos dos países desde que foi feita a primeira pesquisa a respeito, no ano passado.

Mas este estudo diz que a preocupação do público dos países que mais gás estufa emitem é menor do que nos demais: 44% dos entrevistados norte-americanos e 30% dos chineses consideram que é um problema “muito sério”, as menores proporções entre os países analisados. Por outro lado, dois terços dos entrevistados na Índia – outro grande emissor – o qualificou de “muito sério”, e os entrevistados no Brasil foram, de longe, os mais preocupados: nove em cada 10 o consideraram “muito sério”. Sessenta e dois por cento dos chineses ouvidos na pesquisa, 56% dos russos e 52% dos norte-americanos querem que seus governos façam mais para combater a mudança climática, segundo o Pipa.

O desenho deste estudo implicava pedir aos entrevistados para situar a importância que davam ao problema em uma escala de zero (para nada prioritário) a 10 (prioridade muito alta). A média mundial foi de 7,3. As maiores pontuações corresponderam a México (9,09), China (8,86), Turquia (8,34) e França (8,03). As menores foram nos Estados Unidos (4,71), Palestina (4,91) e Iraque (5,14). Na maioria das nações predomina a opinião de que os governos devem aumentar a prioridade que dão à mudança climática em suas políticas. Os países onde o público discorda desse ponto de vista foram Iraque, Quênia, Ucrânia e Estados Unidos. Mas, em nenhuma nação houve mais de um em cada três entrevistados para quem este fenômeno deveria ser deixado de lado da lista de prioridades políticas.

Oito em cada 10 entrevistados sul-coreanos, 79% dos mexicanos, 77% dos britânicos e taiwaneses, 76% dos franceses e 70% dos nigerianos querem a mudança climática fique entre as principais prioridades de seus governos. A Alemanha foi a exceção: mais de 8 em cada 10 pessoas ouvidas consideram que para o governo o assunto já é prioritário. Mas, a pesquisa Pew calcula que seis em cada 10 entrevistados nesse país consideram a mudança climática um sério problema e 77% disseram que o governo deve proteger o meio ambiente, embora isso afete o crescimento econômico e cause perdas de empregos.

O estudo Pew não constatou um consenso sobre a disposição do público em paga mais pela energia que consome para combater a mudança climática. Maiorias absolutas ou relativas em 14 das nações analisadas – a maioria européias e asiáticas – concordaram que “as pessoas devem estar dispostas a pagar mais caro para lidar com a mudança climática mundial”. Porém, as maiorias se pronunciaram pela posição contrária em 11 países, especialmente Egito, Jordânia, Indonésia, Argentina e México.

(Por Katie Mattern, Envolverde/IPS, 31/07/2009)


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