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mchs impactos de hidrelétricas
2009-08-03

Desde o início de 2009, representantes de diversos setores do município de Socorro, dentre eles ONGs ambientalistas, empresas de turismo e poder público, vêm buscando informações sobre a construção de Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs), aqui chamadas de mini hidrelétricas, na bacia do Rio do Peixe.

A intenção de se implantar tais mini hidrelétricas na bacia do Rio Peixe parte de um conjunto de empresas de Goiânia, que tem como meta a construção de 4 destas CGHs, sendo duas em Bueno Brandão, uma em Munhoz e uma em Socorro. Além disso, está prevista ainda uma quinta mini hidrelétrica para a região, a ser instalada no Rio Espraiado, no município mineiro de Tocos do Mogi. Tais rios fazem parte das cabeceiras do Rio Mogi Guaçu. Esta confirmação causa grandes preocupações diante das possíveis conseqüências ambientais e sócio-econômicas dos empreendimentos, principalmente com o comprometimento do potencial turístico da região.

Em busca de mais informações, aconteceu no dia 21 de julho, na prefeitura municipal de Bueno Brandão, uma reunião com o objetivo de discutir as implantações das CGHs. Estiveram presentes nessa reunião de um lado os representantes do conjunto de empresas empreendedoras de Goiânia (interessadas em implantar as CGHs) e do outro lado, representantes da Prefeitura de Bueno Brandão, vereadores da Câmara de Bueno Brandão, representantes da Prefeitura de Munhoz, Associação Ambientalista Copaíba e Projeto Piracema (ONGs ambientalistas de Socorro) e representantes de alguns setores organizados da sociedade civil de Bueno Brandão.

Os representantes das empresas empreendedoras explicaram um pouco sobre o projeto, seus impactos e as formas de compensação ambiental previstas. Tais esclarecimentos de forma alguma tranqüilizaram os presentes, que fizeram diversas indagações sobre os impactos sócio-econômicos e ambientais e principalmente a perda da beleza cênica das cachoeiras. A empresa empreendedora anunciou ainda que o início da construção da primeira CGH em Bueno Brandão está prevista para agosto de 2009. Diante da situação, o presidente da Câmara Municipal de Bueno Brandão - vereador Joaquim de Assis dos Santos, sugeriu uma reunião aberta à população na Câmara Municipal para que o empreendimento seja discutido.

Após análise do projeto técnico da obra, parte dos empresários do turismo da região e representantes de instituições ambientalistas se reuniram para discutir seus impactos e todos se mostraram contra a implantação destas mini hidrelétricas. “O turismo no município trabalha há tempos para criar o menor impacto ambiental possível, por isso sou contra a construção das mini hidrelétricas visto que essa implantação irá agredir drasticamente a paisagem local. Também não acho necessária a construção de mais uma hidrelétrica no município (de Socorro) e se pensarmos que futuramente alguma prática do turismo possa ser desenvolvida nesses locais, que possui grande valor natural, com a construção das CGHs isso se torna inviável”, diz o Sr. Juneca – proprietário da empresa de turismo Rios de Aventura.

Dentre as severas perdas ambientais ocasionadas com a instalação das CGHs, é importante ressaltar que haverá uma inevitável diminuição do volume d’água do rio no trecho entre a captação e liberação pelas mini hidrelétricas. Além disso, deve ser considerada a perda da beleza ou do valor cênico do local, visto que as barragens para captação de água seriam muros de concreto de até 3 metros de altura exatamente onde hoje se encontram belos conjuntos de cachoeiras e corredeiras dos municípios. Também as CGHs levarão ao comprometimento do fenômeno da piracema, ou seja, a subida do rio pelos peixes para a sua reprodução e o comprometimento da flora ciliar adaptada a regimes de inundação temporária, dentre vários outros fatores.

Segundo Tiago Sartori – secretário executivo da Associação Ambientalista Copaíba, “A Copaíba desde o início das discussões é contra a implantação das CGHs e tem grande preocupação que a implantação dessas mini hidrelétricas gerem precedente para a instalação de outras nas cachoeiras e rios da região. Onde isso irá parar e que destino terão nossos rios caso isso ocorra? Além disso, estamos pensando também na questão do uso de água por parte dos agricultores que ainda não têm o uso da água cadastrado e possuem suas propriedades acima das centrais; estes poderão ter o uso da água controlado e até mesmo proibido”.

As CGHs comprometerão os atuais e futuros empreendimentos do turismo ecológico, esportes de aventura, assim como a rede hoteleira e as pousadas. Este seguimento econômico já está implantado e em expansão nos municípios da região, principalmente em Socorro/SP e Bueno Brandão/MG, e apresenta um potencial de geração de empregos e renda para os municípios muito maior que uma ou várias mini hidrelétricas, que gerariam de 4 a 5 empregos e no máximo 1,0 MWh cada.

Segundo a Sra. Paula Maria de Almeida Chehouan José - presidente do COMTUR (Conselho Municipal de Turismo) de Socorro, “O conselho de turismo preza pela imagem de natureza intacta, sendo assim, não aprova a instalação das mini centrais hidrelétricas, visto que não há necessidade iminente de sua construção e sua instalação não trará benefícios e receitas para o município, podendo inclusive trazer prejuízos para as práticas do turismo local”.

Na visão de Gerson A. R. Silveira, biólogo e atual presidente da Copaíba, “A decisão de se construir tais mini hidrelétricas não deve ser baseada apenas na política energética vigente e sim considerando-se as particularidades sociais, econômicas e ambientais da região, respeitando-se a sustentabilidade dos recursos naturais”.

Você cidadão e cidadã que se preocupa com o respeito à natureza e quer a conservação dos rios e cachoeiras, ajude a sensibilizar os órgãos ambientais, às prefeituras e Câmaras Municipais da região para que essas mini hidrelétricas não saiam do papel.

(Copaíba, 03/08/2009)


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