O grupo ArcelorMittal, maior fabricante mundial e brasileiro de aço, com 8% e 31% de participação, respectivamente, decidiu reunir numa única empresa seus ativos florestais renováveis: plantações de eucaliptos e de produção de carvão vegetal, localizados em Minas Gerais e na Bahia. Esses ativos vão ficar sob o guarda-chuva da ArcelorMittal BioEnergia.

Até agora, esses ativos, com total de 282 mil hectares, estavam sob a gestão de duas controlada do grupo - a Arcelor Mittal Aços Longos e da ArcelorMittal Inox Brasil. A operação, segundo informação da holding ArcelorMittal Brasil, consistiu na unificação das respectivas empresas florestais, a ArcelorMittal Florestas e ArcelorMittal Energética Jequitinhonha.

Do total de florestas, 171 mil hectares são plantios de eucalipto para a produção de biorredutor sólido renovável - carvão vegetal -, usado no processo de produção de ferro-gusa para suprimento de unidades de fabricação de aço próprias. O restante é composto por mata nativa preservada. A nova empresa vai otimizar seus ativos florestais, priorizando o suprimento da usinas de aços longos, em Juiz de Fora, e inox e especiais, em Timóteo, ambas em Minas.

As florestas estão espalhadas em oito regiões nos estados de Minas Gerais e Bahia, num total de 21 municípios, dentre os quais Martinho Campos e Bom Despacho (na região Centro-Oeste mineira), Capelinha, Minas Novas, Turmalina, Itamarandiba e Veredinha (no Vale do Jequitinhonha) e Teixeira de Freitas, na Bahia.

A produção de carvão vegetal soma 2,1 milhões de metros cúbicos ao ano, a partir de 11 instalações, conhecidas como UPC's. O produto é encaminhado para suprir os fornos de gusa das usinas de aço que usam esse tipo de insumo no processo. Há usinas que operam com carvão mineral. No ano passado, a produção de aços longos da ArcelorMittal no país, em quatro usinas, somou 3,5 milhões de toneladas. A unidade de aço inox (antiga Acesita), fez 770 mil toneladas, conforme o Instituto Brasileiro de Siderurgia.

A BioEnergia nasce com 2.800 empregados. O engenheiro agrônomo Elesier Lima Gonçalves foi indicado como presidente. Ele atua na área há 34 anos e fez carreira na ArcelorMittal Florestas.

(Por Ivo Ribeiro, Valor Econômico, 31/07/2009)