Na tarde de quinta (30/07) aconteceu em Belo Horizonte, no Tribunal de Justiça, uma audiência referente ao caso do trabalhador Bernardo Cruz Souza, residente em Rio Doce atingido pela Barragem de Candonga, das empresas Vale e Novelis.
Em 2004 essas duas empresas provocaram o massacre na Comunidade de São Sebastião do Soberbo, quando dezenas de famílias resistiam durante semanas contra as investidas da polícia militar de despejo. No final, com aumento do efetivo policial ocupando a vila, as famílias não puderam conter as retroescavadeiras que destruíram suas casas e expulsaram à força 14 famílias que resistiam em se mudar para Nova Soberbo, já que não tinham sido indenizadas ou faltava o reconhecimento enquanto atingido.
O caso de Bernardo de Souza é um desses. Ele não recebeu nenhuma indenização e foi obrigado a se mudar para a casa alugada. Desde então Bernardo está lutando na justiça para conquista seu direito de garimpeiro e, caso na audiência de quinta,seja negado seu direito à moradia e indenização, a partir de sexta (31/07) ele será despejado pela força policial da casa onde reside.
“Se isso acontecer, o Bernardo não tem para onde ir”, afirmam as lideranças. “É uma violência o que estão fazendo. Nosso companheiro tinha casa, tinha renda e agora está ameaçado de ficar na rua. Bernardo é o exemplo do que acontece com a construção de barragens pelo Brasil a fora. O MAB repudia essa ação e convida a todos para se solidarizarem com o companheiro”.
(MAB, 30/07/2009)