Domingo (26/07) cerca de 80 famílias Sem Terra ocuparam a fazenda Pôr do Sol, pertencente ao juiz de direito Marcelo Testa Baldochi. A propriedade de Baldochi, que é membro do Judiciário maranhense pela Cidade de Pastos Bon, integra desde o início do ano a “lista suja” dos empregadores que utilizam mão-de-obra escrava.
A fazenda Pôr do Sol, localizada no município de Bom Jardim, recebeu a visita do grupo móvel do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em setembro de 2007 e encontrou 25 pessoas - um deles adolescente, com apenas 15 anos, que nunca freqüentara a escola - em condições análogas à escravidão. À época do flagrante, o juiz atuava como titular da 2ª Vara Criminal de Imperatriz, também no Maranhão.
O flagrante de trabalho escravo na fazenda de Marcelo Baldochi gerou uma sindicância no Tribunal de Justiça (TJ-MA) e uma denúncia ajuizada em março deste ano pelo Ministério Público do Estado (MP), que acusa o juiz de submeter o ser humano a condições degradantes. Além de escravocata Baldochi, ainda é defensor de outros empregadores de mão-de-obra escrava o que acaba lhe parecendo isto ser uma virtude.
Os trabalhadores que ocupam a área são de Alto Alegre Pindaré, uma das mais pobres cidades do Estado e que possui um dos maiores índices de aliciamento de mão-de-obra escrava. A área ocupada pelo MST é grilada e possui mais de mil hectares.
(MST, 27/07/2009)