O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (29/07) que os impactos da crise financeira estão ficando para trás e defendeu um grande marco regulatório para destravar os gargalos da infraestrutura do país. Segundo o presidente, o principal item da proposta seriam mudanças nas leis ambiental e de licitações, que, segundo ele, são tradicionais obstáculos à conclusão de obras consideradas estruturantes.
"A máquina da fiscalização é infinitamente mais poderosa que a máquina da execução", disse Lula em discurso a empresários de empreiteiras, insatisfeito com o grande volume de obras paradas por processos judiciais, ambientais e por ação dos tribunais de contas. Segundo o presidente, ele não quer "bandalheira", mas é preciso mais transparência e rapidez na execução das obras.
Foi exatamente quando demonstrou frustração com o excessivo número de obras paradas por embargo de diferentes origens que Lula admitiu ser a favor da reeleição para presidente da República, deixando claro porém ser contrário a um terceiro mandato. "Eu já fui contra a reeleição, agora sou a favor... não conheço um governante que faça uma obra estruturante em quatro anos", afirmou.
Sobre a crise financeira internacional, que eclodiu em setembro do ano passado, disse que "já está ficando uma coisa do passado (...) porque este país já estava arrumado quando veio a crise". Lula participou da comemoração dos 50 anos do Sinicon (Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada), que emprega 5 milhões de pessoas e teve faturamento em 2008 de R$ 102 bilhões, segundo o presidente.
(Reuters / Folha Online, 29/07/2009)