Associação dos Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra Geral, em Santa Catarina, quer faturar este ano R$ 400 mil por mês
Agricultores da região de Santa Catarina deixaram de uma vez por todas o fumo e adotaram uma vida saudável. A afirmação até parece uma chamada de reportagem sobre como cuidar da saúde. Mas estamos falando de negócios. Na Encosta da Serra Geral, 200 agricultores deixaram as lavouras de fumo que pouco rendiam e causavam sérios danos a saúde para dedicarem-se à agroecologia. Reunidos desde 1996 na Associação dos Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra Geral (Agreco), os agricultores produzem hortaliças, frutas e plantas medicinais sem qualquer agrotóxico na região do município de Santa Rosa de Lima.
Os 200 associados despacham mil caixas por semana com 73 itens, como cenoura, alface, couve-flor, tomate-cereja, abóbora, pepino, pimentão, agrião e beterraba. Nove lojas de cinco redes de supermercados da Grande Florianópolis, Vale do Itajaí e Sul de Santa Catarina são abastecidas com os chamados "produtos limpos"
Ma a associação não se dedica apenas aos alimentos “in natura”. Os grandes supermercados do país recebem mensalmente os produtos processados, como geléias, conservas de legumes, molhos de tomate, derivados da cana e frutas desidratadas. Eles faturam por mês cerca de R$ 200 mil. "Uma das principais vantagens foi garantir emprego e salário dos moradores durante todo o ano", ressalta o coordenador-geral da Associação dos Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra Geral (Agreco), Adilson Maya Lurnardi.
A Agreco, que vende também carnes, leite, queijo e doces caseiros totalmente orgânicos, está participando da 5ª BioBrazil Fair –Feira Internacional de Produtos Orgânicos e Agroecologia-, que acontece até o próximo domingo, em São Paulo. Segundo Lunardi, ainda este ano a Agreco deverá introduzir novos produtos para venda e tentar dobrar o faturamento. “As chuvas de novembro e dezembro em Santa Catarina nos atrapalharam muito. Estamos apostando na nova colheita no segundo semestre”.
Orgânicos na merenda
Em agosto de 2001, a Agreco começou a fornecer produtos para a merenda escolar para a Escola de Educação Básica Lauro Muller, no centro de Florianópolis. O sucesso foi tamanho que, em 2002, a merenda orgânica foi estendida a outras 61 escolas da rede estadual de ensino fundamental, abrangendo outros municípios.
O mercado institucional de merenda orgânica chega a representar 50% do volume de venda da Agreco, durante o período letivo. São cerca de 70 mil crianças, de 7 a 13 anos, atendidas. A substituição de produtos convencionais por orgânicos fez com que diminuísse a evasão escolar.
Agroturismo
A plantação de produtos orgânicos deu tão certo que nasceu uma outra fonte de renda para os agricultores da região: o agroturismo. O turista é acolhido na casa de um agricultor e acompanha todo o processo de cultivo do alimento. É o Projeto Acolhida na Colônia. Os visitantes também podem aproveitar as vantagens do ecoturismo da região.Só no município de Presidente Getúlio, há 72 cachoeiras no Vale das Cachoeiras. Quem quiser ver neve é só ir no inverno e visitar São Joaquim e Urubici. O turismo terá à disposição um café colonial orgânico com cucas, pães, bolos, geléias, natas, entre outros. Para saber mais é só visitar o site http://www.acolhida.com.br
(Agência Sebrae de Notícias / e-Campo, 27/07/2009)