Uma matéria investigativa publicada nesta segunda (27/07) pelo jornal inglês Daily Mirror mostra para o mundo o horror da criação de primatas na China para laboratórios ocidentais. Jornalistas disfarçados de compradores ganharam acesso a uma fazenda em Conghua, na província de Guangzhou, onde existem mais de 40 fazendas. Os chimpanzés chegam do Cambodia e são, então, criados para serem vendidos por todo o mundo.
Segundo o relato do jornalista, dentro dessas fazendas escondidas das vistas da população, os macacos vivem em celas superlotadas. As mães se agarram a seus filhotes esperando a jornada para os laboratórios na Europa, América e Oriente onde elas serão torturadas em nome da ciência. A maioria dos macacos custam cerca de R$3 mil. Mas os gerentes dessas fazendas gastam apenas 60 centavos por dia cuidando deles.
O mercado chinês de exportação de chimpanzés, muito procurados por companhias que usam cobaias por causa de sua proximidade com o ser humano, atualmente vale cerca de R$500 milhões por ano. Cerca de 90 mil macacos foram usados em laboratórios pelo mundo no ano passado, e a vasta maioria vieram de fazendas chinesas.
A matéria denuncia também o fato de que o uso de cobaias cresceu na Inglaterra, o que contradiz a afirmação da indústria que ela está sempre buscando alternativas. Além de 4,598 experimentos com primatas, foram feitos 2.4 milhões de testes em camundongos, 605 mil em peixes, 355 mil em ratos, 123 mil em pássaros, 17 mil em coelhos, 9 mil em cavalos e burros e 360 em gatos.
Enquanto isso no Brasil o presidente Lula acaba de assinar a Lei Arouca, que regulamenta o uso de cobaias no Brasil. Essa lei abrirá as portas para multinacionais usarem o país para testes, já que agora elas contarão com esse aparato legal. Sendo assim, a lei servirá como estímulo econômico para a indústria de cobaias.
(Por Lobo Pasolini, ANDA, com informações do Daily Mirror, 27/07/2009)