Começa a operar em sistema permanente na segunda (28/07) o segundo centro de tratamento de resíduos sólidos do estado do Rio, em Teresópolis, na Região Serrana, onde o lixo deixará de ser simplesmente depositado in natura para ser tratado. Construído em consórcio dos governos Estadual e Federal, o Centro de Tratamento de Resíduos Sólidos de Teresópolis é o primeiro após o aterro sanitário de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ele substitui um antigo “lixão” – depósito sem tratamento – e tratará também o lixo de outras três cidades da região: São José do Vale do Rio Preto, Carmo e Sumidouro.
Esta tendência deve ser adotada nos próximos aterros do estado, com a concentração de resíduos de municípios próximos em grandes aterros compartilhados. De acordo com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, a solução de aterros sanitários intermunicipais foi escolhida por ser mais eficiente em logística do que a construção de depósitos municipais.
– Fizemos um plano de resíduos sólidos, com mapas para saber onde pode ser cada aterro, com cerca de 10 aterros consorciados, cada um servindo de 5 a 10 municípios – explica Minc, especificando ainda os termos da divisão no investimento. – Para cada R$ 1 milhão do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (Fecam), a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) bota R$ 2 milhões.
Estado ainda tem 45 lixões
Erradicar os lixões no Rio de Janeiro ainda é meta distante, admite a secretária estadual de Meio Ambiente, Marilene Ramos, que, amanhã assina contratos para a construção de três novos aterros, em Resende (Sul Fluminense), Saquarema (Região dos Lagos) e São Fidélis (Norte Fluminense), pensando no longo prazo.
– Mapeamos 46 lixões no estado, dos quais ainda restam 45. Até o ano que vem, esperamos construir aterros também em Vassouras (Sul Fluminense), Maricá (Região dos Lagos) e Paracambi (Baixada Fluminense), onde a situação é pior, porque o lixão fica em pleno Centro, mas ainda restará muito a ser feito – assume a secretária.
Chorume será canalizado
A principal obra do Centro de Tratamento de Resíduos Sólidos de Teresópolis foi a canalização do chorume, líquido produzido pelo lixo, até uma estação de tratamento. O aterro sanitário também teve isolada a célula – onde os detritos são postos e cobertos com terra. O objetivo é de que o chorume pare de escorrer para o Córrego Fischer – que desemboca no Rio Paquequer, o principal de Teresópolis.
(Jornal do Brasil, 26/08/2009)