A Votorantim Metais (VM) está explorando novas fronteiras atrás das abundantes reservas de zinco no mundo. A empresa do grupo Votorantim assinou acordo para investir até US$ 20 milhões em pesquisas geológicas no Canadá. O contrato foi fechado com a El Niño Ventures e a mineradora Xstrata. Pelos termos do memorando de entendimentos, a Votorantim poderá obter até 70% de participação na joint venture dividida hoje em partes iguais pelas duas empresas que detêm os direitos minerais numa área perto da cidade de Bathurst, na província canadense de New Brunswick.
O acordo assinado pela Votorantim possui duas fases. Na primeira, a empresa brasileira investirá US$ 10 milhões por cinco anos em pesquisas geológicas e, a depender do sucesso das descobertas, tem a opção de ficar com 50% da sociedade. Numa segunda etapa, a VM poderá chegar a 70% de participação se fizer um aporte de outros US$ 10 milhões nos dois anos seguintes. A El Niño e a Xstrata diminuiriam sua participação proporcionalmente.
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O acerto é o primeiro investimento e o de maior relevância de conhecimento público realizado pelo grupo Votorantim no Canadá. A empresa brasileira possui um escritório dedicado a exploração mineral em Toronto, base para novas descobertas no país. Procurada, a VM não comentou os planos no Canadá.
A província de New Brunswick, no nordeste do Canadá, explora inúmeros minerais, como zinco, cobre e chumbo. Ao sul da cidade de Bathurst, foram descobertas no início dos anos 50 grandes reservas desses minerais, fazendo com que a atividade de mineração substituísse a indústria de papel e celulose em importância econômica na década seguinte. Em 2006, a Xstrata, com sede na Suíça, herdou a maior mina subterrânea de concentrado de zinco do mundo ao adquirir a mineradora Falconbridge, que havia se unido à Noranda no ano anterior.
No exterior, a Votorantim Metais está ampliando sua fábrica de processamento de zinco no Peru, onde prevê desembolsar um total de mais de US$ 400 milhões até o fim deste ano. A capacidade de produção da fábrica será ampliada para 320 mil toneladas por ano, dobrando a capacidade atual. Além disso, a empresa possui participação na Milpo, uma mina peruana que extrai o concentrado. Com a crise, os preços do zinco, que chegaram a quase US$ 4 mil por tonelada, recuaram para quase US$ 1 mil. Ontem, fecharam cotados a US$ 1.671 por tonelada.
Representantes dos governos do Brasil e do Canadá assinaram nesta quinta (23/07) em Brasília um memorando de entendimentos sobre a política mineral entre os dois países para os próximos três anos. O documento trata de iniciativas em pesquisas minerais, acesso a mercados e atividades de responsabilidades sociais e ambientais.
(Por André Vieira, Valor Econômico, 24/07/2009)