A União Européia (UE) pode oferecer até € 2,5 bilhões ao ano para auxiliar os países pobres a proteger as florestas tropicais, disse o executivo da UE em um relatório para um encontro de ministros na Suécia nesta quinta-feira (23/07). O relatório da Comissão Européia será discutido em um encontro de ministros da UE sobre energia e meio ambiente no resort de montanha de Are. As discussões também incluirão eficiência energética e a preparação para o encontro climático de Copenhague em dezembro.
As florestas e financiamentos para os países pobres serão questões importante durante o encontro de Copenhague, que deve resultar em um pacto para suceder o Protocolo de Quioto após 2012. Muitos especialistas vêem o encontro como a última chance para evitar danos severos à atmosfera da Terra, mas estão motivados por novos sinais de comprometimento da China e dos Estados Unidos. Os países pobres precisarão de fundos substanciais para cortar as suas emissões e se adaptar aos piores efeitos das mudanças climáticas.
A Comissão Européia discutiu as opções de financiamentos para o encontro de Copenhague, algo que a Suécia tem feito de prioridade durante a sua presidência de seis meses do bloco de 27 países. “Reduzir as emissões do desmatamento e degradação florestal representam um desafio particular”, ressalta o relatório, que foi visto pela Reuters.
O documento propõe resgatar parte dos fundos para a proteção das florestas do esquema de comércio de emissões da UE, que faz com que as indústrias paguem para emitir CO2 além da sua cota. “Se 5% da renda dos leilões fosse utilizada para contribuir com os esforços globais para combater o desmatamento, entre € 1,5 bilhões e € 2,5 bilhões poderiam ser arrecadados até 2020”, diz o relatório.
No geral, a UE espera contribuir com € 30 bilhões anualmente em 2020 para ajudar os países pobres na adaptação, com medidas como o desenvolvimento de culturas resistentes à seca ou a descoberta de novas fontes de água. Estes fundos ajudariam a atender à demanda total por recursos de cerca de US$ 100 bilhões ao ano em 2020. Uma vez que os fundos forem arrecadados, o mundo terá que enfrentar o desafio de coordenar e distribuir esses recursos para os países pobres, explica a Comissão no documento. “Governança subdesenvolvida e fragmentada foi identificada como um dos desafios na entrega do auxílio”, diz o relatório. “Os mecanismos existentes de distribuição, incluindo canais de ajuda, deveriam ser eficientemente usados e, se necessário, fortalecidos antes de criar novos mecanismos”.
(Por Mia Shanley e Johan Ahlander, com tradução de Fernanda B. Muller, Reuters / CarbonoBrasil, 23/07/2009)