O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, voltou a criticar na quarta-feira (22) a demora na obtenção de licenças ambientais para a construção de usinas hidrelétricas. “Temos um cronograma, precisamos colocar em funcionamento entre 4 e 5 mil megawatts de energia a mais todo o ano e esses atrasos muitas vezes nos obrigam a despachar termelétricas, que são poluentes e de custo muito elevado”, reclamou.
Sem detalhar quem seriam os responsáveis pelos atrasos, Lobão citou o caso da Usina Hidrelétrica de Estreito, no Rio Tocantins (TO), que já foi paralisada sete vezes, todas por razões improcedentes, segundo ele. Ele também lamentou que o leilão da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (Pará), tenha sido adiado para outubro, quando a previsão inicial era para setembro.
“É mais fácil subir em um pau de sebo do que obter licenças ambientais para a construção de novas hidrelétricas, o que é lamentável. A energia hídrica é mais limpa e mais barata para o consumidor brasileiro”, disse o ministro.
Lobão reconheceu que também poderá haver atraso na entrega da proposta final para o novo marco regulatório do petróleo, que estava prevista para o fim deste mês. Ele disse que os detalhes ainda não foram concluídos, mas explicou que, além da área do pré-sal, as novas regras valerão também para “áreas estratégicas”, que serão definidas pelo Conselho Nacional de Política Energética. “Áreas estratégicas serão as que têm uma configuração parecida com a do pré-sal, ou seja, uma concentração muito grande de petróleo”, afirmou.
O ministro participou hoje da assinatura de um protocolo de cooperação técnica entre Eletrobrás e Caixa Econômica Federal para desenvolver projetos de eficiência energética, com o objetivo de estimular projetos que promovam o uso eficiente da energia elétrica e da água.
“Quanto maior for a economia, mais benéfica será a distribuição da energia brasileira. Queremos fazer com que as residências, as indústrias, consumam cada vez menos, para que não tenhamos que construir mais hidrelétricas ou termelétricas”, disse Lobão.
(Por Sabrina Craide, Agência Brasil / Jornal da Ciência, 23/07/09)