O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), Carlos Xavier, disse nesta terça (21/07) que a decisão do Wal-Mart de manter a suspensão da compra de carnes bovinas procedentes de fazendas paraenses, mesmo depois da assinatura do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) pelos frigoríficos que operam na região, não preocupa os pecuaristas. "Quando começarmos a assinar os TACs, amanhã ou depois, todas as ações contra as 21 fazendas acusadas denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF) vão ser suspensas e tudo voltará ao normal", prevê Xavier.
Ele garante que as 21 fazendas citadas no pacote de ações do MPF não praticaram desmatamento da reserva legal e nem de áreas públicas. "O governo mudou a lei, sem se preocupar com o direito adquirido dos produtores rurais", critica Xavier, afirmando ainda que o Pará é o único Estado brasileiro que pode superar imediatamente os atropelos causados pelo embargo sugerido pelo MPF e adotado pelos grandes varejistas.
"Temos 76% do nosso território preservado, estamos criando condições técnicas e jurídicas para superarmos tudo isso, inclusive abrangendo os 935 assentamentos existentes no território paraense".
Em nota enviada à imprensa, a rede Wal-Mart informou que "mantém a sua posição na suspensão da compra de carnes provenientes de fazendas do Pará, mesmo após a assinatura do Termo de Ajuste de Condutas (TAC) por parte de frigoríficos que atuam na região. A empresa é contrária ao movimento de retomar as compras sem que um processo de auditoria independente com garantia de origem da carne desta região seja estabelecido."
"Temos um compromisso com o meio ambiente e com os nossos consumidores. Só voltaremos a fazer negócios com a região após acordo e alinhamento do plano de auditoria proposto inicialmente pelo setor."
(Diário do Pará / Amazonia.org.br, 22/07/2009)