Com 95% da parte de construção civil concluída e 85% da instalação de equipamentos para geração de energia pronta, a Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Malagone, no rio Uberabinha, em Uberlândia, está prevista para entrar em operação comercial em outubro. A formação do reservatório, com cerca de 127 hectares (1,27 km quadrado), e o encerramento das obras estão programados para setembro. Iniciada em abril de 2008, a PCH Malagone será a quinta hidrelétrica instalada no Município de Uberlândia, segunda de pequeno porte, e terá capacidade instalada de 19 MW (megawatts) em suas duas máquinas geradoras.
O investimento é de aproximadamente R$ 92 milhões, sendo que R$ 65,9 milhões são provenientes de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Já foram gastos R$ 80 milhões”, afirmou o superintendente do consórcio construtor de Malagone, Fábio Dal Poggetto. Segundo o engenheiro civil, o recurso do BNDES está prestes a ser liberado. “Até que o BNDES compareça com o investimento, os investidores entraram com a sua parte, já que todo financiamento exige contrapartida”. O consórcio construtor, composto por três empresas com sede em Belo Horizonte, também será o proprietário da energia gerada. Para a construção da PCH foram adquiridas 22 partes de propriedades rurais. “Já foram todas compradas”, afirmou o superintendente.
A energia elétrica produzida na PCH próxima ao distrito uberlandense de Martinésia será enviada para o Sistema Interligado Nacional através da rede de distribuição da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Serão instalados 26 quilômetros de linhas de transmissão da casa de força de Malagone, às margens do Uberabinha (distante cerca de 15,3 km da foz com o rio Araguari), até a subestação da Cemig em Uberlândia.
O consórcio Malagone também tem planos para construir outra PCH no leito do rio Uberabinha, na região da cachoeira do Miné, oito quilômetros rio acima da cachoeira de Malagone. “A PCH de Miné deverá ser iniciada no ano que vem”, disse Poggetto. Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) têm capacidade máxima de até 30 MW.
Usina tenta obter licença de operação
A Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Malagone, no rio Uberabinha, em Uberlândia, está em fase de cumprimento dos procedimentos para obtenção da Licença de Operação (LO). “Ela investiga o procedimento para o enchimento do reservatório, se houve o desmate dentro dos critérios estabelecidos pela Feam (Federação Estadual de Meio Ambiente), se apresentamos os relatórios sobre a fauna e a flora, com os tipos de espécies de árvores para o replantio, por exemplo”, afirmou o superintendente do consórcio construtor de Malagone, Fábio Dal Poggetto.
A principal contrapartida ambiental da PCH Malagone é o plantio de 100 mil mudas de árvores nativas no entorno do reservatório, que terá uma Área Preservação Permanente (APP) de aproximadamente 171 hectares. “Coletamos 270 mil sementes para fazer o reflorestamento na área de preservação permanente. Já está tendo a captura de animais. Temos equipes de biólogos, advogados e sociólogos. Fazemos o estudo do impacto social, que será mínimo, mas é um procedimento”, disse Poggetto. Para o engenheiro civil, a área de influência do empreendimento já tinha sido afetada pela ação humana. “A contrapartida já é o acompanhamento socioeconômico e ambiental. Hoje a margem do Uberabinha é muito degradada. Prevemos a supressão de quatro mil árvores e vamos plantar 100 mil árvores.”
A poluição das águas do Uberabinha é motivo de preocupação para a direção do consórcio. “O rio é extremamente contaminado. Estudos indicam uma série de bactérias, mas uma delas é muito danosa para nós, porque ela corrói o ferro. Para gerar energia não precisamos de água limpa. Mas essa bactéria pode afetar as máquinas”, afirmou o superintendente.
Supram analisa pedido para mais 8 PCHs
A Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (Supram) analisa oito processos de licenciamento ambiental de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) no rio Tejuco. O rio tem 250 quilômetros de extensão e é o segundo maior afluente esquerdo do rio Paranaíba. Ele nasce em Uberaba e percorre oito municípios do Triângulo. Ituiutaba, Prata, Monte Alegre de Minas e Canápolis seriam as quatro cidades atingidas pelas PCHs previstas. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (ligada ao Ministério de Minas e Energia), o Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba têm potencial para a implementação de 13 PCHs.
(Correio de Uberlândia / Portal PCH, 21/07/2009)