Pequenas Centrais Elétricas (PCHs) estão sendo construídas em praticamente todos os rios brasileiros. Quedas d’água, lindas cachoeiras e corredeiras foram condenadas, pela Aneel, a desaparecer. Em seu lugar surgirão barragens para satisfazer a sanha de investidores em aplicações de longo prazo. Impactos ambientais decorrentes de PCHs são tão nocivos ou mais que os das grandes hidrelétricas. As aprovações dos projetos são, em geral, dadas a vários aproveitamentos em seqüência num mesmo rio, que poderão transformá-lo numa sucessão de lagos.
Não há no mundo investimento melhor. A previsão de rentabilidade dessas pequenas geradoras de eletricidade é de 15% ao ano e isso chamou a atenção de empresas internacionais que estão fazendo fila para construir verdadeiros parques de PCHs nos rios brasileiros. Elas vêm em busca de negócio seguro e lucro certo. Não estão preocupadas com as alterações significativas que produzirão no meio ambiente e nas vidas das pessoas, além de ignorarem o que pensa a sociedade.
Os projetos de PCHs estão sendo apresentados às pequenas comunidades locais que, despreparadas, acabam aliciadas com falsas promessas de desenvolvimento, de criação de postos de trabalho e de incentivo ao turismo. Ribeirinhos e pequenos produtores rurais não são páreo para grandes investidores internacionais, verdadeiros rolos compressores passando sobre os recursos naturais.
Recentemente uma empresa brasileira fez parceria com uma fundação espanhola para explorar, em dez anos, 1500 Mw em PCHs. Duke Energy, outra empresa do setor de geração de energia, além de explorar o rio Paranapanema vai investir nesse chamado “negócio” de pequenas hidrelétricas! Não há critérios, qualquer rio serve. ANEEL aprova os projetos, governos estaduais e municipais licenciam, BNDES financia. Pronto, eis a fórmula para destruição dos rios brasileiros.
(Por Telma D. Monteiro, Telmadmonteiro.blogspot.com, 21/07/2009)