O Ibama soltou uma Instrução Normativa que, se for mantida, tem tudo para tirar dos leilões de energia que entrarão no sistema em 2014 as usinas térmicas que operam à óleo combustível ou carvão. Ambas, além de poluir o nosso ar, contribuem para aumentar os riscos de uma crise climática. A canetada do Ibama saiu em abril, mas só agora é que a Associação Brasileira de Carvão Mineral (ABCM) terminou de avaliar seu impacto e fazer contas. Tudo indica que botar dinheiro em térmicas à carvão ou óleo ficará muito mais salgado.
A Instrução Normativa nº 7 determina que emissões de dióxido de carbono de usinas termelétricas a óleo combustível e carvão ternao que ser compensadas com medidas de reflorestamento, eficiência energética e fontes renováveis. As termelétricas a gás, menos poluentes, estão desobrigadas de incorrer nesses custos.
A ABCM estima que estas medidas encarecerão um empreendimento em 40%, e o preço da energia em 20%. O cálculo levou em conta que uma térmica de 600 MW seria forçada a reflorestar uma área de 60 mil hectares e instalar um parque eólico de 500 MW como compensação de suas emissões. O preço final do projeto seria acrescido em 2,5 bilhões de reais. A turma do carvão e do óleo, claro, está chiando. Temem que o crescimento previsto para as térmicas a carvão (de 1,4 GW em 2005 para 6 GW em 2030) não se concretize. Deus os ouça.
(Por Manoel Francisco Brito, Greenpeace Blog, 21/07/2009)