O Estado Insurgente e Monárquico de Santa Catarina deu mais um passo na sua inexorável caminhada para a independência: começou a criar fatos consumados a partir de seu Código Ambiental Revolucionário. O suinocultor Antonio Conte, do município de Passos Maia, no oeste do estado, foi o primeiro a receber, com honras, banda de música e muito discursório, a tal licença. O papel, que aparece na mão erguida do LHS, foi aplaudido por deputados “da base”, todos de olho nos votinhos dos beneficiados pelas licenças. Wino Port, de Ipumirim, Arnildo Pasqual Zanatta e Victorio Dal bello, de Lindóia do Sul, também foram agraciados com licenças ambientais revolucionárias, na mesma solenidade.
Qual a importância desse passo? Ora, quanto maior o número de licenças concedidas usando as normas sub-judice do Código Ambiental do LHS, mais complicado ficará depois sua revogação. Mais gente irá às ruas brandir foices, martelos e ancinhos, contra a ingerência federalista. Maior será a comoção popular. Melhores os dividendos eleitorais, do governador e sua tropa de gente destemida, que desafiou a Constituição da República do Brasil.
LHS disse que “as assinaturas de licenças ambientais pelo novo código, a partir de agora serão rotineiras em todo o Estado”. O que significa, naturalmente, que se por acaso a decisão dos tribunais superiores for contrária ao Código Revolucionário, estará criada uma enorme confusão.
O resultado desse imbroglio patrocinado pelo governo estadual tanto poderá ser a volta ao império da Lei, com o estado conformando-se em pertencer à União, quanto poderemos chegar finalmente à independência, rompendo os laços que nos prendem ao Brasil e criando, de direito, o que já está se desenhando de fato: a República Insurgente e Monárquica de Santa Catarina.
A rigor, tudo continuará como está, só que a gente, ao se referir ao governador, precisará escrever Dom LHS I e os demais membros da família real, salvo melhor juízo, serão o Barão J. Bornhausen, o Duque Dário (o Berger), o Alferes Pavan, o Grumete Moreira, o Aspirante Colombo e assim por diante.
(Por César Valente, De Olho na Capital, 20/07/2009)