Abacaxi, repolho, uva e o pimentão apresentam índices insatisfatórios de resíduos de agrotóxico no ES. Das 59 amostras estudadas, sete estavam com índice de contaminação acima do permitido. A informação é de estudo realizado pelo Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxico em Alimentos (Para), que também aponta alimentos a serem ingeridos sem preocupação.

Não apresentam níveis de contaminação por agrotóxico acima do permitido por lei o arroz, a cebola, o feijão e a manga vendidos no mercado capixaba. Ainda assim, dizem os especialistas, a contaminação do alimento por agrotóxico, mesmo que em níveis permitidos, pode gerar danos à saúde. Estes e outros resultados vêm sendo apresentados no 7º Encontro de Fiscalização e Seminário Nacional sobre Agrotóxicos, que começou nesta segunda-feira (20/07) e acaba na próxima sexta (24), no Centro de Convenções de Vitória.

Ao todo, o Para-ES analisou 20 alimentos em conjunto com a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Ministério da Saúde (MS). Este ano, além dos vinte alimentos, também serão incluídos a couve, beterraba e o pepino. Para discutir os perigos da contaminação por agrotóxico, palestrará no evento a coordenadora do Centro de Atendimento Toxicológico (Toxcen), Sony Itho, no dia 23, as 10h30.

Segundo ela, os estudos sobre os males causados pelo agrotóxico ainda são recentes, não havendo, portanto, uma definição sobre doenças que podem provocar, já que os resíduos estão presentes nas células dos alimentos e não apenas na sua superfície. A especialista orienta os consumidores a que lavem bem os alimentos. Entretanto, já são encontrados nos mercados e em feiras do Estado alimentos produzidos de forma orgânica, ou seja, sem a aplicação de agrotóxicos.

O Espírito Santo é o terceiro estado no consumo de venenos agrícolas por pessoa. Os agrotóxicos intoxicam 500 mil brasileiros por ano, e matam 10 mil anualmente. Na Grande Vitória, os números apontam índices que ultrapassam a média nacional, incluindo, além da aplicação excessiva, a utilização não autorizada de venenos. Neste sentido, além de divulgar os níveis de contaminação de alimentos comercializados no Estado, também serão discutidos no evento os riscos do uso de venenos agrícolas nos alimentos e no seu manuseio; uso de equipamentos de proteção; comercio; entre outros cuidados.

(Por Flavia Bernardes, Século Diário, 21/07/2009)