Todos os anos, 250 mil touros são vítimas de um sofrimento prolongado e torturante e de uma morte lenta, resultante da indústria das touradas nos nove países onde esta prática vergonhosa e perversa é permitida. 60 mil destas mortes ocorrem na Espanha. A Care2, uma comunidade online que pretende educar e instrumentalizar pessoas para uma vida mais saudável, além de defender várias causas de direitos humanos, está promovendo um abaixo-assinado endereçado ao presidente espanhol, Jose Luis Rodriguez Zapatero, requerindo a abolição deste “esporte” cruel e sangrento de seu país.
Enquanto muitos de nós ainda possivelmente imaginemos que este embate caracterize-se por um só golpe fatal e rápido desferido pelo toureiro no coração do touro, talvez numa tentativa de aceitar e justificar o “espetáculo” vergonhosamente retratado como tradição cultural e entretenimento, a realidade da arena revela-se bem diferente: o animal é repetidamente esfaqueado enquanto que, vagarosamente enfraquecido, sangra até a morte.
O tratamento desumano não acontece apenas no momento em que a brutalidade e a covardia tornam-se “espetáculo” na arena, mas estende-se aos seus bastidores. Na preparação para o enfrentamento, os touros são debilitados intencionalmente, por meio de sacos de areia colocados em suas costas, pela raspagem das guampas que compromete seu equilíbrio no combate e pela administração de drogas que diminuem sua força natural.
Defendendo seus interesses, a indústria tauromáquica alega que gera dinheiro e empregos para a Espanha. O que é fato: um número muito pequeno de pessoas detém o lucro deste “negócio”, que não retorna amplamente para outros setores da sociedade. Menos de 400 pessoas estão empregadas permantemente pela indústria tauromáquica no país. As atividades tauromáquicas são, na realidade, fortemente subsidiadas pelo governo que destina a elas mais de 530 milhões de euros do dinheiro dos contribuintes. Segundo o movimento espanhol SOS Stop Our Shame, apenas 30% da população apóia as touradas. Dos outros 70%, 30% é declaradamente contra e 40% não apresenta o menor interesse nelas.
Em 2007, o PETA comemorou uma pequena mas significativa conquista na luta por sua abolição. A TV Pública Espanhola retirou a transmissão ao vivo de touradas de sua programação devido à preocupação de expor crianças a uma prática tão violenta. A decisão não foi largamente divulgada, atitude que demonstraria ser a atividade tauromáquica muito mais prejudicial do que se pretende reconhecer publicamente.
Na sociedade contemporânea, em que a quantidade e a qualidade de informação disponível deveriam permitir um entendimento e um reconhecimento da exploração e sofrimento animal muito além da justificativa clichê da tradição cultural, esperar-se-ia uma consequente elevação moral nossa, para a qual práticas como as touradas seriam absolutamente injustificáveis e inaceitáveis como esporte ou entretenimento. Se você compartilha este sentimento conosco, acesse o link e assine a petição: http://www.thepetitionsite.com/m/sign/638133842.
(Por Adriane R. Gray, ANDA, 20/07/2009)