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2009-07-20

As obras de construção da usina hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia, estão em ritmo acelerado. São três turnos de trabalho, com 5.200 trabalhadores envolvidos, revezando-se 24 horas por dia. O grupo empreendedor da usina, o consórcio Santo Antônio Energia — formado por Odebrecht, Andrade Gutierrez, Furnas, Cemig e Fundo de Investimentos e Participações Antônio Energia —, está disposto a exigir ressarcimento de prejuízos, caso fique comprovado, no futuro, que a redução da distância de Jirau, a outra usina do Rio Madeira, causa prejuízos à operação de Santo Antônio.

A disposição de exigir ressarcimento por possíveis prejuízos na operação da usina foi manifestada pelo presidente da Santo Antônio Energia, Roberto Simões, ao falar do início da etapa de concretagem nas obras na última sexta-feira.

— Quando acontecer o problema, e se acontecer, vamos ter que sentar e analisar e ver se, realmente, alguma perda de eficiência que Santo Antônio vier a ter foi causada por Jirau. E então, ao mostrar que foi causada em função da mudança do local de Jirau, com certeza, a responsabilidade é da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) de fazer os devidos ressarcimentos a Santo Antônio — destacou Simões.

O consórcio questionou desde o início o fato de o grupo que venceu o leilão para construir Jirau ter alterado o projeto, reduzindo sua distância em relação à usina de Santo Antônio de 110 quilômetros para 100 quilômetros. O executivo disse não saber se ocorrerá algum problema com Santo Antônio nem qual será sua dimensão, mais deixou claro que o grupo continua com as preocupações:

 — Na questão técnica, temos dúvidas se um novo local de Jirau trará impacto ou não. Achamos que pode vir a trazer. A Aneel disse que não, então, se tivermos problemas, ela vai arcar com as responsabilidades.

Independentemente dessas dúvidas, o grupo toca as obras de Santo Antônio em ritmo acelerado. Na última sextafeira, foi iniciada a fase de escavação para a concretagem numa área do lado direito do Rio Madeira, onde será construída a casa de força. O início da concretagem foi antecipado em oito meses em relação ao prazo previsto.

Na casa de força serão instaladas oito das 44 turbinas do tipo bulbo que formarão o conjunto da usina. A estimativa é que sejam lançados nesse local nada menos que 600 mil metros cúbicos de cimento. Paralelamente às obras da casa de força, do lado esquerdo do Rio Madeira o grupo corre acelerado na construção do futuro vertedouro.

"Povoar a Amazônia de hidrelétricas"
Apesar de concordar que o país precisa gerar energia, o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Adalberto Val, questiona a intenção do governo de “povoar a Amazônia de hidrelétricas”. Considerando que as recomendações feitas antes do início das obras pelas entidades ambientalistas não foram levadas em consideração, Val diz que agora só resta “reduzir os impactos ambientais”, que serão inexoráveis.

Simões explicou que o objetivo da empresa é conseguir antecipar a entrada em operação de Santo Antônio para dezembro de 2011 em vez de maio de 2012, justamente com a operação dessas oito primeiras turbinas. Com isso o grupo poderá vender a energia no mercado livre, uma vez que, a partir de maio de 2012, toda a energia já está contratada.

A usina de Santo Antônio, com 3.150 megawatts (MW) de capacidade, é uma das maiores hidrelétricas em construção no país, com a de Jirau, que terá 3.300MW. As duas são obras prioritárias do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. O custo total é de R$ 13,5 bilhões, dos quais R$ 900 milhões serão investidos em projetos socioambientais em Rondônia. O fato de ser uma usina chamada de fio d’água, com um reservatório pequeno e uma área inundada relativamente pequena em relação a sua potência, reduziu, diz Simões, os impactos ambientais e sociais da obra.

Segundo o executivo, serão reassentadas cerca de mil famílias ribeirinhas, em casas com água, luz e esgoto. O primeiro reassentamento já foi feito, com 77 famílias. O processo inclui um trabalho social e de educação das pessoas. O risco de extinção de algumas espécies, como o bagre, que gerou muita polêmica antes do início das obras, está descartado, segundo a empresa. Só que, antes mesmo da concretagem da primeira casa de força da usina, os impactos ambientais começaram a vir à tona.

Em dezembro, o consórcio foi multado em R$ 7,7 milhões pelo Ibama, devido à morte de 11 toneladas de peixes, no local onde estavam sendo construídas as bases da barragem. Simões contesta os números do Ibama, alegando que foram apenas cinco toneladas de peixes: — Ao mesmo tempo, foram salvas cerca de 100 toneladas de peixes.

Pela área da usina de Santo Antônio passava a ferrovia MadeiraMamoré, que funcionou de 1912 a 1972. O grupo pretende reconstruir um pequeno trecho da ferrovia, de cerca de sete quilômetros, entre Porto Velho a Santo Antônio, tornando o local um ponto turístico.

(Por Ramona Ordoñez, O Globo / IHUnisinos, 19/07/2009)


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