Ibama lacrou sexta (17/07) contêineres para devolvê-los à Grã-Bretanha
A Receita Federal e a Polícia Federal de Rio Grande asseguraram quinta-feira (16/07) a executivos da UTi Worldwide que a empresa multinacional não está sendo investigada no transporte de lixo doméstico da Inglaterra para os portos de Santos (SP) e Rio Grande. A companhia estranhou a ligação de seu nome, registrada na edição de 11 de junho de Zero Hora, à exportação de 1.098 toneladas de resíduos urbanos embarcados no porto de Felixstowe, na Grã-Bretanha. Preocupada com a repercussão com seus funcionários e clientes, a empresa enviou executivos de seu escritório em São Paulo a Rio Grande para buscar esclarecimentos sobre o episódio. A confusão decorreu, em parte, pela coincidência de nomes.
Na quinta-feira, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) anunciou o nome da exportadora responsável pela carga, que no Brasil, descobriu-se ser de lixo: Worldwide Biorecyclabes Ltda. Ao contrário da homônima, a UTi Worldwide é uma empresa de logística, com escritórios em diversos países, inclusive no Brasil. Oferece serviços de importação, exportação e transporte de cargas, por via aérea, marítima e terrestre. Trabalha com grandes corporações do mundo e goza de prestígio internacional.
Os 89 contêineres com lixo doméstico que foram desembarcados nos portos de Rio Grande e de Santos (SP), a partir de fevereiro, deverão ser devolvidos para a Inglaterra. Sexta eles começaram a ser lacrados por fiscais do Ibama.
Polícia apura se gaúchos foram vítimas de golpe
O presidente nacional do Instituto, Roberto Messias Franco, exigiu ontem que os responsáveis pela exportação “retirem imediatamente” o material. "Definitivamente, o Brasil não é lixeira do mundo", advertiu. A expectativa é de que a devolução comece na próxima semana, podendo demorar de dois a três meses.
A Polícia Federal investiga o caso, que configura fraude e crime ambiental. Pelos documentos, os contêineres deveriam conter polímeros de etileno (aparas de plástico) para reciclagem. O chefe da PF em Rio Grande, João Manoel Vieira Filho, apura se as importadoras – as empresas Alfatech, Stefenon Estratégias e Marketing e BES Assessoria e Comércio Exterior Ltda, todas de Bento Gonçalves – foram vítimas de um golpe. Ou, então, se estão envolvidas com as exportadoras britânicas numa operação para descartar lixo europeu no Estado.
Dono da Alfatech, Arildo Falcade Júnior garantiu que levou um trote dos britânicos e faliu. Sexta, a diretora da BES – Assessoria e Comércio Exterior, Sylvia Dreher, distribuiu nota assegurando que “não tem vinculação com a importação de qualquer produto proibido ou nocivo”.
(Zero Hora, 18/07/2009)