Argentina declarou nesta sexta-feira (17/07) um alerta sanitário nacional após ter sido detectado o vírus da gripe A (H1N1) em porcos da província de Buenos Aires. A declaração de alerta busca "fortalecer as medidas de controle, diagnóstico, prevenção e vigilância" no país, indicou a resolução do governo, que procura conter o contágio da doença em porcos.
O país da América do Sul já registrou 137 mortes pela doença, ocupando o segundo lugar na lista mundial de nações com mais mortes relacionadas ao vírus. "Foram detectados casos clínicos de influenza A (H1N1) em uma granja de porcos da província de Buenos Aires, confirmados por exames laboratoriais", disse o governo em comunicado.
A Argentina não é um exportador relevante de carne suína. "A Senasa precisa de verbas para comprar equipamento e para afrontar os gastos para atender os casos em que apareça (a doença) nos animais. Por isso, foi declarado este alerta", disse à Reuters um porta-voz da Secretaria Nacional de Saúde (Senasa).
A resolução oficial afirma que existem antecedentes da transmissão da doença de humanos a suínos. No início de julho, as autoridades sanitárias disseram que havia suspeita de contágio de dois trabalhadores de uma granja para porcos infectados, mas não foi possível comprovar se os humanos portavam o vírus. As autoridades estabeleceram restrições em um raio de 3 quilômetros para conter a expansão do vírus neste estabelecimento, o segundo na província de Buenos Aires com casos da gripe em porcos.
A gripe H1N1 é uma pandemia que provocou centenas de mortes no mundo e milhares. No Brasil, foram confirmadas 11 mortes. A doença não se transmite pelo consumo de carne suína, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
A declaração de emergência permite agilizar a tomada de decisões das autoridades sanitárias para combater o surgimento da doença em porcos. Exames genéticos mostraram que a nova cepa de influenza H1N1 é claramente um vírus de origem suína e não humana, apesar do contágio se produzir de pessoa a pessoa e não de animais. No Canadá, houve suspeitas de que um proprietário rural poderia ter transmitido o vírus a uma rebanho de porcos. Exames de sangue posteriores descartaram o contágio, mas autoridades sanitárias não descartam a possibilidade de que um humano tenha contagiado animais de gripe H1N1.
(Por Lucas Bergman e Nicolás Misculin, G1, 18/07/2009)