Apesar da saída do ministro do Governo peruano Yehude Simon, o novo gabinete ministerial não significou uma mudança efetiva na política econômica e social: ele continua perseguindo líderes amazônicos. É o que acusa a Coordenação Andina de Organizações Indígenas (Caoi) por meio de um comunicado divulgado hoje, na capital peruana, Lima. "Seus integrantes, liderados pelo novo presidente do Conselho de Ministros, Javier Velásquez Quesquén, declararam que sua primeira tarefa é 'impor a ordem', com isso, espera-se uma repressão mais forte", considera a Caioi.
Segundo a rede de organizações, o novo gabinete continua perseguindo, por meio das forças armadas e da justiça, os líderes indígenas amazônicos. Prova disto foi o que tentaram fazer contra o líder Santiago Manuin. De acordo com a coordenação, na terça-feira (14/07), nove policiais foram ao Hospital de Chiclayo, onde o líder estava tratando de seus ferimentos por causa de cinco tiros, para tentar prendê-lo.
A Caoi afirma ainda que as provas dos desaparecimentos, tantas vezes negadas pelo governo peruano, começam a surgir com a busca dos desaparecidos. "Igualmente grave é o fato de que já estão surgindo evidências de desaparecimentos ocorridos no Massacre de Bagua", comenta.
(Amazonia.org.br, 16/07/2009)