Numa decisão incomum, uma agência do governo dos Estados Unidos divulgou mais de mil imagens de espionagem do Ártico poucas horas depois de a Academia Nacional de Ciências ter recomendado a medida, a fim de ajudar cientistas a estudar a mudança climática. O Departamento do Interior disponibilizou as imagens na tarde de quarta-feira (15/07). O relatório da Academia sugerindo a divulgação havia sido emitido pela manhã. Cerca de 700 fotos mostram trechos de gelo sobre o mar de seis áreas do Oceano Ártico, e mais 500 imagens apresentam locais dentro dos Estados Unidos. As fotos podem ser vistas na internet, em http://gfl.usgs.gov/ .
As mudanças no Ártico afetam o clima global. As imagens divulgadas têm resolução de cerca de 1 metro, uma melhora considerável em relação às fotos disponíveis até então, disse o cientista Thorsten Markus, do Centro de Voo Espacial Goddard, da Nasa. As melhores resoluções disponíveis até então tinham definição de 15 a 30 metros, disse Markus. Isso trazia o risco de que pequenas características que podem ter um grande impacto no clima global passassem despercebidas. Por exemplo, durante os meses do verão, poças de água criadas pelo derretimento do gelo formam-se sobre os blocos que flutuam no oceano, e essas poças podem ter até 30 metros de comprimento. A água ali é mais escura que o gelo ao redor, absorvendo calor.
As imagens foram feitas pelo Programa Medeia, que permite que cientistas solicitem que fotos com qualidade de espionagem sejam feitas de partes do planeta consideradas importantes para o estudo do meio ambiente. Pesquisadores haviam requisitado imagens do Ártico durante a temporada de derretimento do gelo. As que foram consideradas adequadas para divulgação pública foram apresentadas agora.
(Estadao.com.br / AmbienteBrasil, 17/07/2009)