Agora, falta apenas aval do TCU para o início das obras. Após algumas rodadas de negociação entre a Eletronuclear e a Prefeitura de Angra dos Reis, foi oficializada nesta segunda-feira (06/07) a expedição da licença de uso do solo para o início das obras de construção da usina de Angra 3. Esta licença era a última autorização necessária para viabilizar a obra. O acordo entre a Eletronuclear e a prefeitura de Angra para a licença municipal do uso do solo onde será instalada a usina prevê investimentos de R$ 150 milhões ao longo de seis anos para áreas de educação, saúde, meio ambiente, entre outros.
Mas para que a construção da usina comece efetivamente, falta ainda que o Tribunal de Contas da União (TCU) assine o contrato da retomada da obra. O Greenpeace, juntamente com o Partido Verde, entrou com uma representação ao TCU em novembro de 2007. Em resposta à recomendação do Greenpeace e do PV, o TCU informou que revisaria os contratos apresentados pela Eletronuclear e, em setembro de 2008, técnicos do tribunal visitaram as instalações das centrais nucleares em Angra dos Reis. Em 2008, o órgão verificou irregularidades no orçamento da usina, apontando um superfaturamento de R$ 469,3 milhões nas obras da usina nuclear, 6% do valor total previsto pelo governo, que impediu o fornecimento de parte dos recursos financeiros.
A construção da terceira usina nuclear do país, Angra 3 terá uma potência de 1350 MW consumir mais de R$ 9 bilhões de recursos públicos em uma energia suja, cara e perigosa. O Greenpeace vem alertando para o potencial de redução de consumo de energia por meio de medidas de eficiência energética desde fevereiro de 2007, quando lançou o relatório [R]Evolução Energética. Na publicação, o potencial de redução calculado para 2050 é de 413 mil GWh por ano.
Conheça aqui os principais riscos da energia nuclear.
(Greenpeace Brasil, 07/07/2009)