Depois de baixar 21 centímetros em comparação com a marca do dia 2 deste mês, quando alcançou a maior cota dos últimos 100 anos – 29,77 metros –, o nível do Rio Negro em Manaus chegou nesta quarta (15/07) a 29,56 metros. Segundo o Serviço Geológico do Brasil, o volume do rio tem diminuído, em média, nos últimos dias, cerca de 2 centímetros a cada 24 horas. De ontem para hoje, a redução dobrou e foi para 4 centímetros.
Na avaliação de um dos coordenadores da Defesa Civil de Manaus, Ariosto Rosário, apesar dos sinais evidentes da vazante do Negro na cidade, ainda não é possível falar de uma situação de normalidade. Em entrevista à Agência Brasil, ele disse que toda medição acima de 29 metros representa um alerta. "Apesar dessa redução importante e significativa, ainda não voltamos à normalidade. Obviamente, a população está mais calma e, pouco a pouco, retoma sua rotina. Ainda assim, só poderemos falar disso quando o [nível do] Rio Negro voltar a pelo menos 28 metros”, ressaltou Rosário.
De acordo com Rosário, pelo menos 80 famílias continuam sob proteção da Defesa Civil em um dos três abrigos onde estão alojados os atingidos pelas enchentes em Manaus. Ele lembrou que ruas importantes no centro da capital, entre elas a centenária Avenida Eduardo Ribeiro, no trecho em frente à alfândega, ainda estão interditadas. A Defesa Civil informou, porém, que não há mais perigo de transbordamento nessa área e que, por isso, a via deve ser liberada ainda hoje (16).
“Estamos numa fase de limpeza e desratização dessas ruas. No caso da Avenida Eduardo Ribeiro, apesar de a alagação ter terminado, somente após a conclusão dessa etapa, é que ela voltará à sua normalidade.” De acordo com os registros históricos do Serviço Geológico no Amazonas, as maiores médias no volume do Rio Negro foram registradas nos anos de 1953 (29,69 metros) 1976 (29,61 metros) e 1989 (29,42 metros). O ano de 2009 ficará marcado historicamente porque registrou a maior cota desde que tiveram início as medições em 1902, com 29,77 metros.
(Por Amanda Mota, com edição de Nádia Franco, Agência Brasil, 16/07/2009)