O Ministério Público Federal (MPF) de Mato Grosso adiou por pelo menos mais duas semanas a apresentação de uma lista com o nome de empresas ligadas à cadeia da pecuária bovina que, segundo o levantamento, contribuem para a devastação da Amazônia. Segundo o cronograma original, os resultados do levantamento seriam conhecidos na primeira quinzena deste mês.
O trabalho deverá ter os moldes do realizado pelo Ministério Público Federal do Pará, que levou grandes redes de varejo a interromper compras de carne produzida no Estado. O levantamento levou à assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), com o qual os frigoríficos Bertin e Minerva se comprometeram a não comprar bois de fazendas irregulares.
Mesmo antes do levantamento, os pecuaristas mato-grossenses já temem desdobramentos como os do Estado vizinho. "Vamos buscar um posicionamento mais claro sobre o tema. Queremos evitar o que ocorreu no Pará. Lá, a arroba do boi caiu R$ 10 de um dia para o outro", diz Eduardo Alves Ferreira Neto, diretor da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato). A reunião da entidade para debater o tema será nesta quinta (16/07).
(Por Patrick Cruz, Valor Econômico, 16/07/2009)