O acordo fechado entre Suzano Papel e Celulose e a Vale garante fornecimento de matéria-prima para a fábrica que a produtora de celulose espera inaugurar no sul do Maranhão a partir de 2013. A unidade terá capacidade de produzir 1,3 milhão de toneladas anuais de celulose e utilizará madeira do projeto Vale Florestar, além dos eucaliptos existentes em uma floresta comprada da mineradora por R$ 235 milhões. Os pagamentos serão feitos em 12 parcelas trimestrais.
A produção da unidade será totalmente voltada para exportação e o escoamento se dará pelas ferrovias da Vale que cortam a região e levarão a celulose para um terminal portuário que a Suzano espera construir em São Luís. O local deverá ser definido em até 12 meses. O acordo permitirá o uso da estrutura das ferrovias Norte-Sul e Carajás por 30 anos a partir de 2013. Vagões serão construídos pela mineradora especialmente para o transporte da matéria-prima do papel.
O anúncio desta terça (14/07) confirma um memorando de entendimentos assinado entre as duas empresas em julho de 2008, antes do agravamento da crise econômica mundial. A Suzano comprou da Vale 84,7 mil hectares, dos quais 36 mil hectares já estão com eucaliptos plantados. A área do Vale Florestar destinado às plantações de eucaliptos que serão vendidos à Suzano é de 50 mil hectares.
O presidente da Suzano, Antonio Maciel Neto, disse que o investimento necessário para a construção da fábrica no Maranhão gira em torno de US$ 1,5 bilhão. Além dessa unidade, a empresa confirmou a entrada em operação de mais duas novas fábricas, uma no Piauí, em 2014, e outra em local a ser definido, em 2017 ou 2018. Atualmente, a Suzano produz 1,7 milhão de toneladas de celulose por ano e 1,1 milhão de toneladas de papel por ano. As três novas unidades acrescentarão, cada uma, 1,3 milhão de toneladas de celulose à capacidade da companhia, a um custo de US$ 6,6 bilhões, incluídos aí a expansão da unidade baiana.
Maciel explicou que o dinheiro para o aumento da produção virá de recursos próprios, de empréstimo do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de financiamento de fornecedores. "Como os projetos são geradores de emprego no Norte e Nordeste, têm prioridade absoluta no BNDES", frisou Maciel Neto, acrescentando que só a parte florestal do projeto no Maranhão pode gerar até 10 mil empregos diretos.
(Por Rafael Rosas, Valor Econômico, 15/07/2009)