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bayer incineração de resíduos poluição industrial
2009-07-15

Organizações ambientalistas criticam o plano de construir uma usina de incineração de lixo junto à fábrica da Bayer na cidade de Dormagener, na Alemanha, e exigem a suspensão do projeto. A organização estadual ligada à Federação em Defesa da Natureza e do Meio Ambiente (Bund), a Coordenação Contra os Perigos da Bayer, a Agenda 21 de Dormagener, bem como as associações para a melhor abordagem do lixo da Bayer e do estado da Renânia do Norte temem que com a construção da usina a quantidade de emissão de gases prejudiciais à saúde aumente, assim como o transporte de lixo inter-regional.

Até 2013, a empresa alemã GWE planeja produzir cerca de 150.000 toneladas de “combustível alternativo” por ano, e abastecer a fábrica da Bayer com vapor. Claudia Baitinger, especialista em resíduos da organização Bund: “Lixo não é energia renovável, e o chamado ‘aproveitamento térmico’ é propaganda enganosa. A expansão massiva da capacitação em incineração de lixo no estado da Renânia do Norte vai estimular a importação de resíduos, sendo que para uma tonelada de EBS-combustível são necessárias duas toneladas de lixo. Todo o esforço de um local para garantir a eliminação segura dos resíduos será anulada, como já aconteceu com os princípios de redução do consumo e reciclagem.” Baitinger critica ainda a insuficiente filtragem da fumaça: „A proposta de despoluição de baixo custo permite filtrar apenas dentro dos limites legais. No entanto é inaceitável que essa política ultrapassada de negociação seja ainda hoje 100% utilizada.”

Philipp Mimkes, da Coordenação Contra os Perigos da Bayer, complementa: “Publicamente o Grupo Bayer gosta de se mostrar bonzinho em relação ao meio ambiente. Mas de fato, através de seus fornecedores de energia, utiliza tecnologias sujas, como a usina termelétrica projetada em Krefeld, ou a usina de incineração de lixo em Brunsbüttel e Dormagen”. Em Brunsbüttel também deve ser construída uma usina de incineração de lixo da empresa GWE para abastecer a fábrica da Bayer com vapor. Iniciativas populares já somam mais de 3.000 assinaturas contra o projeto.

 Mimkes critica a GWE e a Bayer por não informarem sobre a quantidade real de emissões. “Até agora, os documentos publicados só consideram os limites de emissões estabelecidos por lei – que devem naturalmente ser respeitados, mas isso é evidente. De fato existe uma séria ameaça com a emissão de grandes quantidades de hidrocarbonetos clorados, dióxido de enxofre, metais pesados, óxidos de azoto, dióxido de carbono e partículas nocivas à saúde e ao meio ambiente.”

Wolfgang Kortlang, da Associação para um Melhor Conceito de Lixo, da Renânia do Norte: “A utilização estimada de 100% da margem permitida de emissão mostra que as empresas envolvidas estão interessadas apenas em obter o máximo de lucro e não se importam com a saúde dos moradores da vizinhança. Com projetos como os Dutos de Carbono e os investimentos em incineração do lixo, a companhia Bayer demonstra quem no estado tem a palavra final”.

Manfred Puchelt, da Agenda 21 de Dormagener: „Se nós não podemos impedir que seja construída no parque industrial Chempark uma nova usina de incineração, com um aumento considerável na poluição do ar, podemos pelo menos exigir que o diretor do Chempark, em seu papel de responsável pelo meio ambiente, faça cumprir as medidas de segurança em cada melhoramento técnico de purificação dos gases de combustão. Cumprir o mínimo exigido no início da operação da fábrica, e de maneira oportunista antes de um endurecimento da lei, não é o suficiente, para assim figurar como fato consumado e manter o status quo que lhe trará vantagens econômicas em longo prazo. Nós exigimos, especialmente para as muitas famílias com crianças, uma redução da carga, através de uma cláusula indexatória no contrato com a GWE. Eles devem garantir que, com o passar do tempo, vão promover otimizações técnicas voluntariamente.

No estado da Renânia do Norte, já chega a 10% o número de usinas de incineração que negociam lixo importado. Mesmo que aparentemente inofensivos, os resíduos dissolvidos nos incineradores não totalmente dissolvidos no ar. Cerca de um terço permanece como resíduo, dos quais 13% ficam nos filtros – e na poeira das caldeiras. Especialmente na poeira nos filtros, enriquecida com metais pesados, dioxinas e furanos, todos resíduos tóxicos precisam ser eliminados.

A atual construção de um grande número de usinas de incineração está relacionada com o previsto endurecimento da lei de emissões na Alemanha a partir de 2013. Muitos dos investimentos hoje planejados não serão mais possíveis. Se forem construídas antes, no entanto, passam a figurar como investimentos anteriores e não precisam cumprir os novos limites estipulados.

(Versão em português por Francis França, Ambiente JÁ, contribuição por e-mail da CGB Network, 15/07/2009)


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