O grupo Neoenergia, cujo foco é a geração de energia, estuda entrada em um consórcio para disputar a hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, informou Marcelo Corrêa, diretor-presidente da companhia. "Será uma usina com grande energia assegurada, da ordem de 4,8 mil megawatts (MW), e 11 mil MW de potência. Nenhuma empresa que participa do setor elétrico hoje no país fica indiferente ao projeto. Nós já estamos estudando para concorrer à licitação que, segundo o governo, poderá acontecer em outubro", informou o executivo.
Capitalizado, o grupo controlado pela Previ (49%), BBI (12%) e a energética espanhola Iberdrola (39%) é hoje o terceiro maior investidor privado do setor elétrico brasileiro em toda a cadeia de produção de energia, seja geração, transmissão, comercialização e distribuição. Ele teria acumulado investimentos de R$ 15 bilhões em projetos no setor nos últimos 12 anos. Hoje, o grupo está ancorado no Nordeste, sendo proprietário das distribuidoras Coelba, na Bahia; Celpe, em Pernambuco; e Cosern, no Rio Grande do Norte. Além de possuir hidrelétricas no Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Bahia.
Mas os investimentos em geração têm dominado o portfólio da Neoenergia. Na sexta-feira, o grupo inaugurou duas PCHs, Pirapetinga e Pedra do Garrafão, construídas no Rio Itabapoana, na divisa dos estados do Rio e Espírito Santo. As duas usinas têm potência total de 30 MW e energia assegurada de 25,14 MW. Custaram R$ 200 milhões, sendo R$ 121,1 milhões financiados pelo BNDES.
Duas hidrelétricas de maior porte, Corumbá III (em Mato Grosso, com 93 MW) e Baguari (em Minas Gerais, com 140 MW) deverão estar rodando a primeira turbina no início de agosto. Baguari será a primeira usina do PAC a ser inaugurada, ao custo de R$ 500 milhões. Corumbá III custará R$ 400 milhões. Em dezembro, o grupo inaugura sua segunda usina do PAC, a de Dardanellos, com 260 MW, em Aripuanã, no Mato Grosso, com um investimento de R$ 1 bilhão.
(Por Vera Saavedra Durão, Valor Econômico, 14/07/2009)